"Dead Comet" passa este sábado perto da Terra

por Nuno Patrício - RTP
Esta é a imagem captada do asteroide 2015 TB145 pelo radar do Arecibo Observatory in Puerto Rico, no dia 30 de outubro de 2015. Uma imagem que revela aparentemente uma caveira (Dead Comet) Creditos: NAIC-Arecibo/NSF

Cometa morto vista proximidades da Terra no dia em que se comemora a "noite das bruxas". Será que o destino nos quer informar de algo? Não, apenas uma feliz e curiosa coincidência.

Não podia haver maior coincidência. Noite das bruxas (Halloween) e um cometa com um aspecto, aparente, em forma de caveira.

Uma combinação aleatória mas que pode provocar arrepios aos mais susceptíveis e frágeis de mente.Grande asteroide 2015 TB145 passa hoje, em segurança, próximo da Terra
O asteróide “Dead Comet” não está classificado como um dos maiores que anualmente se cruza com a óbita terrestre. No entanto, este é um grande asteróide, quatro vezes maior do que um campo de futebol, e vai passar hoje à tarde, em segurança, pelo nosso planeta, informou a agência espacial europeia ESA.


Créditos: NASA/JPL-Caltech

A passagem do 2015 TB145, nome de código atribuído ao cometa morto, realiza-se a uma distância de 480 mil quilómetros, por volta das pelas 17:00 TMG (mesma hora em Lisboa) e está registado como um dos de cinco mil objetos de tamanho considerável, nas proximidades da Terra, sendo que uma fração significativa deles ainda não foi descoberta.
O asteróide apenas poderá ser observado com telescópios
A agência espacial norte-americana NASA estima que o asteróide seja, até 2027, o maior corpo rochoso conhecido a aproximar-se do "planeta azul".

O 2015 TB145 foi descoberto a 10 de outubro, a partir do Havai, nos Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia (ESA) confirmou a descoberta a partir do seu observatório em Tenerife, Espanha.

O asteróide vai passar pela Terra a uma distância 1,3 vezes a que separa o nosso planeta da Lua, de acordo com cálculos dos astrónomos. Uma distância que, apesar de tudo, é próxima em termos cósmicos.



No entanto, assegura a ESA, não existe qualquer hipótese de o corpo colidir com a Terra, nem mesmo, pelo menos, nos próximos cem anos.

O asteróide não consta na lista da Agência Espacial Europeia de objetos que apresentam risco para o planeta.

Todavia, o facto de um corpo celeste tão grande que podia causar danos significativos, caso chocasse com a Terra, ter sido descoberto apenas 21 dias antes da sua aproximação ao planeta, leva os astrónomos a pensarem na necessidade de manter a vigilância diária do céu noturno.


Créditos: NAIC-Arecibo/NSF

A ESA tenciona, no fim do próximo ano, testar a tecnologia de um telescópio capaz de identificar automaticamente a órbita de corpos celestes potencialmente ameaçadores para a Terra, a maiores distâncias.

O asteróide 2015 TB145, do qual os cientistas esperam recolher mais informação depois da sua aproximação ao "planeta azul", viaja a cerca de 35 quilómetros por segundo, em relação à Terra, uma velocidade maior quando comparada com a de outros asteróides na dita zona de proximidade do "planeta azul".

De acordo com o Instituto de Astrofísica das Canárias, em Espanha, os parâmetros da órbita que o 2015 TB145 apresenta são próprios de um cometa extinto ou adormecido.
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