Abel Sequeira Ferreira assegura que o mercado de capitais nacional está fragilizado

por Antena 1

Foto: Antena 1

Abel Sequeira Ferreira assegura que o mercado de capitais nacional está fragilizado, com poucas empresas, pouca liquidez e não funciona como devia. Para o presidente da associação que representa as empresas cotadas, é preciso aumentar a oferta porque ativos bons atraem bons investidores, mesmo se a economia não estiver a atravessar o melhor momento.

O presidente da Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado lembra que a obrigação de trazer mais empresas portuguesas não cotadas a financiarem-se através do mercado é da Euronext Lisbon que tem a obrigação de promover o desenvolvimento do mercado.

Abel Sequeira adianta mesmo que até os bancos ao mais alto nível concordam com isto porque reconhecem que na cadeia de valor do financiamento é preciso ter um mercado de capitais mais forte, libertando a banca do financiamento às empresas de grande dimensão.

Do futuro governo, Abel Sequeira Ferreira espera que venha a abolir a assimetria fiscal que existe entre capital próprio (proprietários) e capital alheio (empréstimos). Considera mesmo que essa matéria deve fazer parte da discussão na estrutura de missão para a capitalização de empresas criada pelo Governo porque, adianta, não faze sentido continuar a incentivar o endividamento.

Abel Sequeira Ferreira não acredita nas virtudes apontadas pelo governo para o aumento do consumo. Do seu ponto de vista não vai ser suficiente para gerar mais investimento.

Considera que o discurso politico é muito crispado. Admite que fica desapontado com a forma como as empresas e o capital tem sido tratados em sede de discussão do Orçamento mas acredita que o discurso público não corresponde à atitude política.

Abel Sequeira Ferreira considera que não está afastado o cenário de um novo "crash" dos mercados, idêntico ao de 2008. Refere que é possível identificar algumas "bolhas" e tem existido pequenos sustos que resultam de retificações que vão sendo feitas. No entanto, acrescenta, ninguém sabe quando nem como essas "bolhas" que resultam da existência de ativos muito inflacionados, vão rebentar.

Com o colapso da banca, o risco transferiu-se para "zonas cinzentas" que não são controladas pelos reguladores. Abel Sequeira insiste que existe muita liquidez e ativos fora do sistema que ninguém consegue explicar e identificar.
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