Entrevista com Cristina Casalinho

por Antena 1

A Conversa Capital desta semana é com a presidente do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.


Rating
Este ano o nível de rating de Portugal deverá manter-se no “lixo” para a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poors. A convicção é da presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. Cristina Casalinho não acredita que este ano as agências de rating alterem para investimento o nível de rating português. Refere: “É pouco provável” porque o outlook não se alterou e mantem-se estável. Para a responsável pela gestão da dívida pública, as agências de rating acham que o historial de trajectória descendente da dívida pública portuguesa, ainda não é suficiente para permitir ter decisões sólidas.

Dívida
É também por essa razão que Cristina Casalinho considera que para já não é possível emitir dívida a 50 anos como fez a Espanha. No entanto, não coloca totalmente de parte essa possibilidade no futuro e adianta mesmo que se trata de uma expectativa a “acalentar”.

BANIF
A presidente do IGCP considera que uma boa venda do Novo Banco seria conseguir que a venda fosse executada com o máximo de reembolso possível do empréstimo efectuado pelo Estado ao Fundo de Resolução, para permitir que a execução dos pagamentos antecipados ao FMI se concretize. Se assim não for, a meta prevista de 3,3 mil milhões pode ficar comprometida.

Banco mau
Sobre a constituição de um “banco mau” Cristina Casalinho refere não ter conhecimento suficiente para se pronunciar. Lembra apenas que os investidores não gostam de surpresas e por isso se houver “alterações de rota” sugere que sejam comunicadas com antecedência para permitir um ajustamento.

Investimento
É preciso poupar mais mas continua a ser fundamental atrair os investidores estrangeiros para que haja mais pessoas a transaccionar a dívida publica e a diversificar os investimentos.

BCE
Cristina Casalinho admite que o pós programa BCE vai ter impactos. Considera que “é complicado acreditar que não vai haver qualquer tipo de efeito” mas adianta que “não há a noção do impacto. Sabe-se apenas que será significativo”. No entanto Portugal, segundo a presidente do IGCP, já se está a preparar para essa mudança, diversificando os produtos disponíveis porque “não se pode por os ovos todos num cesto” e criando uma almofada financeira.
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