Apenas um escritor português na Bienal do Livro do Rio de Janeiro

por Lusa

A XVII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro abre hoje, na cidade brasileira, e conta apenas com a presença de um escritor português, Pedro Chagas Freitas, autor do livro "Prometo Falhar".

O livro de crónicas, de acordo com a editora do escritor, a Marcador, foi o mais vendido em Portugal, em 2014, atingindo a 27.ª edição e ultrapassando os 115 mil exemplares vendidos e, no Brasil, ao fim de um mês, já ultrapassou 1,5 mil unidades.

"Estou muito feliz por estar presente [no Rio de Janeiro] e gostaria, claro, de ter muitos mais escritores portugueses presentes. Não será por falta de qualidade, tenho a certeza", disse o autor à Lusa. "Portugal tem, atualmente, muitos e excelentes ficcionistas e poetas. Alguns deles já estão em força no Brasil -- e certamente que os outros chegarão em breve".

A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro tem início hoje, no Riocentro, na Barra da Tijuca, e está a ser anunciada como a maior já realizada, tanto no que diz respeito ao número de participantes, quanto em relação ao espaço - além do aumento do investimento em 12% em relação à edição anterior, em 2013, de acordo com a organização, há também um aumento da área total de 55 mil para 80 mil metros quadrados.

O país homenageado, a Argentina, conta com uma delegação de 14 escritores, dos 27 estrangeiros presentes nesta edição, entre os mais de 200 autores confirmados na programação.

Martín Kohan ("Segundos fora"), Tamara Kamenszain ("O gueto/O eco da minha mãe"), Eduardo Sacheri ("O segredo dos seus olhos"), Claudia Piñeiro ("As viúvas das quintas-feiras"), Mariana Enríquez ("As coisas que perdemos no fogo"), Mempo Giardinelli ("O décimo inferno"), María Moreno ("Teoría de la noche"), são alguns dos autores argentinos presentes no certame.

Os outros são Sergio Olguín ("La fragilidad de los cuerpos"), o cartunista Tute ("Batu 1"), Diana Bellessi ("Pasos de baile"), Noé Jitrik ("Historia critica de la literatura argentina"), Inés Garland ("Una reina perfecta"), Silvia Schujer ("Hugo tiene hambre") e Luciano Saracino ("Jim Morrison: o Rei Lagarto").

Uma novidade desta Bienal é o espaço Bamboleio, onde as crianças vão poder participar em jogos literários e brincadeiras que envolvem a cultura de vários países, uma maneira de aprender a importância de conviver com as diferenças, segundo a organização.

O autor de banda desenhada Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, é o autor homenageado desta edição.

Com 80 anos, Maurício de Sousa vai receber o Prémio José Olympio, atribuído de dois em dois anos, pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros do Brasil (SNEL), a personalidades e entidades empenhadas na promoção da leitura.

Com o objetivo de constituir uma festa que aproxima escritores, editores, livreiros, professores, estudantes e leitores dos mais diversificados perfis e idades, a Bienal do Livro decorre eté ao próximo dia 13.

Organizada pelo SNEL e a brasileira Fagga/GL Events Exhibitons, conta com o apoio, entre outras entidades, do Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social.

Este ano, em que a economia brasileira atravessa uma fase recessiva, a organização da Bienal tem por objetivo suplantar os números da edição anterior, 2013, quando foram vendidos 3,5 milhões de livros e passaram pelo Riocentro cerca de 660 mil visitantes.

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