O Museu de Leiria, que abre no domingo, a criação do Museu de Arte Sacra e a instalação de ascensores de acesso ao Castelo são propostas de Leiria para a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027.
O anúncio foi feito hoje pelo presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, que incluiu aqueles projetos naquilo que chamou "um puzzle" a completar "pouco a pouco", até existir uma rede de oferta cultural e gastronómica na cidade.
"Está em causa uma meta superior: avançar com a candidatura de Leiria a Capital da Cultura em 2027, quando está previsto haver uma cidade portuguesa escolhida", disse hoje Raul Castro.
O autarca lembra que "há 11 anos para completar o plano", sublinhando a necessidade de tal acontecer "sem grandes derrapagens, com rigor na gestão".
"A pretexto de um grande evento internacional, não podemos perder a cabeça, gastando o que não temos".
Hoje, o autarca eleito pelo PS falou de alguns projetos que integram esse plano para dotar Leiria de condições que permitam ser capital europeia da cultura.
No domingo abre um deles, o Museu de Leiria, investimento de 2,880 milhões de euros.
O novo museu junta-se ao Moinho do Papel, na mesma zona, num núcleo que ficará concluído quando avançar o Museu de Arte Sacra, em parceria com a Diocese de Leiria-Fátima.
A instalar no antigo Seminário Diocesano, onde funcionou o Distrito de Recrutamento e Mobilização Militar (DRM) de Leiria, o Museu de Arte Sacra está dependente da formalização da aquisição do imóvel e de um acordo com a Cruz Vermelha.
"Tem sido complicado", assume Raul Castro, que aguarda a resolução de "questões burocráticas da parte da Direção-Geral do Tesouro e das Finanças (DGTF)".
Segundo o presidente da Câmara, "o acordo está feito", no valor de 600 mil euros, mas "não tem havido a celeridade que se gostaria da parte da DGTF".
"Gostávamos que 2016 fosse o ponto de partida para o Museu de Arte Sacra. O espaço degrada-se dia a dia e já quase não se aproveita lá nada, só ficarão praticamente as paredes exteriores", sublinha.
Também a valorização do castelo integra o plano de Leiria para ser escolhida como capital europeia da cultura.
Além das acessibilidades internas no monumento, a autarquia quer animação regular e uma cafetaria a funcionar no interior. Destaque também para a instalação de dois elevadores, em cada uma das vertentes do castelo, que permitirão uma subida mecânica aos visitantes.
"Estamos a elaborar projetos e saber quanto vão custar. As estimativas rondam os cinco milhões, mas tudo depende do projeto final, que tem de ter a aprovação prévia da Direção Regional da Cultura do Centro. Se isso acontecer, queremos avançar com as intervenções no próximo ano", afirma o autarca.
Raul Castro antecipa a circulação das visitas dos turistas entre o castelo, o Museu da Imagem em Movimento, a Torre Sineira, a Sé e o futuro Centro de Diálogo Interculturas, a instalar na Igreja da Misericórdia.
"Numa outra fase, articularemos também com o Museu Escolar, nos Marrazes, e o Agromuseu, na Ortigosa, completando o `puzzle`. Queremos que Leiria seja reconhecida a nível nacional, numa primeira fase, e internacional noutra, como um destino a escolher", conclui o autarca.