Eixo Atlântico quer Caminho Português de Santiago declarado Património da Humanidade

por Lusa

Os municípios do Eixo Atlântico querem candidatar o Caminho Português de Santiago a Património da Humanidade, tendo hoje reunido com o ministro da Cultura que recebeu o projeto "de braços abertos", disse o presidente.

"A reunião tinha um tema principal, quase exclusivo, a candidatura dos Caminhos de Santiago a Património da Humanidade. O Eixo Atlântico tem vindo a fazer diligências junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte [CCDR-N] nesse sentido", explicou à Lusa o presidente do organismo que congrega 38 municípios portugueses e galegos.

Segundo Ricardo Rio, o ministro João Soares recebeu hoje este "desafio" de "braços abertos" e serão agora agendadas reuniões de trabalho mais alargadas com o Governo, representantes da gestão dos fundos comunitários, Ministério da Economia e entidades do turismo para preparar o processo.

"O Eixo Atlântico tem vindo a desenvolver este projeto. Santiago é um dos maiores recursos turísticos do planeta", assinalou o responsável que destacou não só os milhões de pessoas vão a Santiago de Compostela todos os anos, mas também as "centenas de milhares" que usam o caminho francês.

Lembrou, contudo, que "do lado português nunca foram feitos esforços" para valorizar e promover os Caminhos de Santiago, cuja classificação irá simbolizar mais um passo para que o lado português tenha a mesma atratividade que o francês.

A sustentar a candidatura do Caminho Português de Peregrinação a Santiago à Unesco está um estudo de viabilidade realizado no final de 2015 que "assenta na vontade do Eixo Atlântico de induzir esse processo, em articulação com municípios seus associados, com outros municípios e com outras entidades interessadas na candidatura".

"O Caminho Português de Santiago tem caráter e autenticidade que lhe permitirá ser candidatado à inclusão na lista da Unesco do património imaterial da humanidade", assinala o documento a que hoje a Lusa teve acesso.

Ainda segundo o estudo, feito pelo arquiteto Rui Ramos Loza, "o caminho a percorrer para chegar a uma candidatura com sucesso implica a criação de uma entidade gestora com capacidade agregadora e de liderança" e a necessidade de "dois anos e meio e de cerca de 350 mil euros, em recursos financeiros ou serviços prestados pelos parceiros, para elaborar um processo de candidatura consistente".

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