Especialistas querem fazer estudo arqueológico no campo da batalha do Vimeiro

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Lourinhã, Lisboa, 21 Ago (Lusa) -- Dois historiadores que investigam a Batalha do Vimeiro reclamaram hoje novos estudos do solo onde teve lugar o confronto entre portugueses e franceses, há 200 anos, para executar uma carta arqueológica fiel.

"Pedimos autorização ao IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) para fazermos uma pesquisa ao solo do campo de batalha com o objectivo de encontrarmos vestígios" para compor uma "carta arqueológica" do acontecimento que marcou a derrota dos franceses durante a primeira invasão francesa ao país, explicou hoje à Agência Lusa o historiador Rui Filipe.

O historiador, que fez esse pedido em conjunto com o arqueólogo Rodrigues Ferreira, recordou que o campo de batalha nunca foi estudado.

"O estudo é essencial para se avançar nas investigações", frisou Rui Filipe que há vários anos se tem dedicado ao estudo da batalha.

"Neste momento, não é possível fazer mais, copia-se o que está nos livros, nos relatórios militares e nos diários mas só o terreno onde aconteceu a batalha nos dirá mais sobre o confronto e sobre os soldados que nela combateram", sublinhou.

A batalha do Vimeiro ocorreu na manhã de 21 de Agosto de 1808 e foi travada durante a Guerra Peninsular entre as tropas de Junot (13 mil homens) e as luso-britânicas de Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington (18 mil homens), na sequência da primeira invasão francesa.

As comemorações do bicentenário decorreram hoje com cerimónias militares junto ao monumento comemorativo dos 100 anos e com a inauguração do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro.

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, representou o Governo nas cerimónias e disse aos jornalistas que se trata de "uma batalha que tem relevância não só para o nosso país mas também para a Europa".

"Depois desta batalha o destino da Europa mudou", considerou o ministro referindo que "o domínio napoleónico foi afectado de morte" com a derrota em Portugal.

No novo centro de interpretação foi inaugurada uma exposição sobre a Guerra Peninsular e as batalhas da Roliça e do Vimeiro no âmbito da primeira invasão francesa.

O edifício, que custou mais de 700 mil euros à Câmara da Lourinhã, possui duas salas de exposições, um auditório e um espaço para uma biblioteca.

Os visitantes podem ainda visionar um documentário sobre a batalha e observar algum espólio recolhido pelos habitantes nos campos como balas, botões pertencentes às fardas dos soldados e peças das espingardas.

ZO

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