"O Barão", de Edgar Pêra, estreia-se nos cinemas do país

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Lisboa, 20 out (Lusa) - A longa-metragem "O Barão", que o realizador Edgar Pêra fez a partir da obra de Branquinho da Fonseca, num registo de terror inspirado no cinema expressionista e gótico, estreia-se hoje nos cinemas portugueses.

Protagonizado por Nuno Melo, o filme transpõe "o universo vampiresco que o texto do Branquinho da Fonseca já tem em si, porque retrata a vida de um tiranete, que está num local isolado e que humilha e escraviza as pessoas que vivem na região", descreveu o realizador à agência Lusa.

Publicada em 1942, a novela "O Barão" combina suspense e fantástico na narração de uma história sobre um inspetor escolar que conhece um aristocrata excêntrico e enigmático numa aldeia remota da serra do Barroso.

"É uma espécie de Drácula reformado, porque está em decadência", descreveu Edgar Pêra, a propósito do protagonista.

O registo escolhido a preto e branco aproxima-o do estilo dos filmes de terror e fantástico dos anos 1940, da época do cinema expressionista e gótico, embora a história trate de "coisas universais", "as relações de poder e os amores perdidos e a frustração de não cumprir sonhos e objetivos".

Trata "daquilo que de ditadura se esconde na democracia", refletiu, recordando: "Votamos de quatro em quatro anos mas depois vão decidindo por nós".

Apoiado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual, o filme conta ainda no elenco com Marcos Barbosa (o inspetor), Leonor Keil, Marina Albuquerque, Paula Só, Victor Correia e Miguel Sermão.

Foi exibido no Festival de Cinema de Roterdão, na Holanda, e no festival IndieLisboa.

Esta não é a primeira vez que Edgar Pêra entra no universo de Branquinho da Fonseca. Em 2008, estreou no Fantasporto o filme "Rio Turvo", com Teresa Salgueiro, Nuno Melo, José Wallenstein, Vítor Correia, JP Simões, Manuel João vieira e os Dead Combo.

Da filmografia de Edgar Pêra constam ainda "És a nossa fé" (2004), "O Homem-Teatro" (2001), "Portugal ilimitado" (1998) ou "Manual de Evasão" (1994).

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