Técnicos avaliam hoje estragos nas vinhas do Douro após chuva e granizo

por Lusa

Os técnicos da Direção Regional de Agricultura do Norte fazem hoje a avaliação dos estragos provocados nas vinhas pela trovoada, com chuva forte e granizo, que afetou na quinta-feira Sabrosa e Alijó, na região do Douro.

Cerca de uma hora de chuva torrencial, acompanhada de granizo, provocou estragos em vinhas inseridas na Região Demarcada do Douro e de produção de vinho do Porto. O mau tempo afetou com mais intensidade algumas aldeias dos concelhos de Sabrosa e de Alijó, no distrito de Vila Real.

Fonte da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) disse que os técnicos se deslocam esta manhã ao terreno para fazerem para uma avaliação dos estragos e produzirem um relatório que será enviado ao Ministério da Agricultura.

Em Souto Maior, Sabrosa, o viticultor Sérgio Gonçalves encontrou a sua vinha "completamente destruída" ao final da tarde de quinta-feira.

"Tenho meio hectare e este era o primeiro ano de produção que ia entregar na adega e perdeu-se tudo. Estava a trabalhar na barragem do Tua e lá não aconteceu nada disto", afirmou o pequeno produtor à agência Lusa.

Foi quase uma hora de chuva intensa, acompanhada de granizo, que "esfarraparam as folhas das videiras, quebraram as varas e deitaram os cachos das uvas ao chão".

"Agora é tratar as videiras para o ano darem alguma coisa. Cicatrizarem para o próximo ano. Tenho seguro. Mas é chato andarmos a trabalhar para chegarmos e vermos tudo destruído, lamentou.

Mais ao lado, em Cabeda, já no concelho de Alijó, António Júlio Fernandes, elemento da junta de Freguesia de Vilar de Maçada, salientou que o granizo "destruiu 100% de algumas vinhas".

Uma situação que disse ser "muito preocupante" porque a produção de vinho é a principal fonte de rendimento para muitas famílias desta aldeia.

Numa primeira avaliação, António Júlio Fernandes contabilizou cerca de "400 hectares de vinha afetada" nesta zona mas, para além disso, salientou que a chuva intensa afetou ainda caminhos e muros.

A Estação de Avisos do Douro, integrada na DRAPÊ, lançou na quarta-feira uma circular em que, para minimizar os prejuízos provocados pela queda de granizo, aconselha os produtores à "imediata realização de um tratamento anti-míldio e anti-oídio, adicionando à calda um adubo foliar com elevada percentagem de cálcio".

"O tratamento será tanto mais eficaz quanto mais rapidamente for efetuado", refere o aviso.

Ainda no distrito de Vila Real, o granizo afetou castanheiros e hortas (batatas e hortaliças) em Curros e Cabanas, no concelho de Valpaços.

"Foi terrível, só ficaram mesmo os paus dos castanheiros. Afetou tudo em geral. Foi castanheiros, foi hortas, a zona onde caiu a pedra destruiu tudo, cortou tudo", afirmou à Lusa António Costa, presidente da Junta de Carrazedo de Montenegro.

O autarca referiu que o mau tempo "atingiu uma área de cerca de 12 quilómetros" destas aldeias.

"Não sei como as pessoas dali vão sobreviver sem a colheita da castanha. É que estão mesmo dependentes só da castanha", lamentou.

Em Vila Grande, concelho de Boticas, 15 minutos foram suficientes para estragar alguns hectares de fenos já secos.

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