Sampaio da Nóvoa e Henrique Neto em debate na RTP

por RTP

Os dois candidatos à Presidência da República estiveram este sábado na RTP para a segunda ronda de debates neste período de pré-campanha.

Parte considerável do debate andou à volta de uma acusação lançada por Henrique Neto a Sampaio da Nóvoa: a falta de ideias do ex-reitor.

O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa invocou a sua experiência como reitor da Universidade de Lisboa para responder ao adversário Henrique Neto, que o acusou de ter falta de sentido crítico e de ideias.

No frente a frente, o empresário e ex-deputado do PS Henrique Neto disse que o discurso de Sampaio da Nóvoa "dá para tudo", acusando o ex-reitor de proferir "afirmações que estão fora da realidade das pessoas".

"O país está cansado de académicos", sustentou Henrique Neto, criticando que Sampaio da Nóvoa, "sendo académico, tenha tão pouco sentido crítico em relação ao que o rodeia" e "tão poucas ideias, propostas concretas".

Em resposta, Sampaio da Nóvoa, professor universitário, apontou, dirigindo-se ao adversário: "Não o ouvi a dizer uma única palavra sobre as funções presidenciais".

O docente invocou a sua experiência de governação de uma instituição pública, que "subiu nos rankings", para defender a necessidade de Portugal ser um "país mais bem preparado, que aposta nas pessoas", na educação e na qualificação dos jovens.

Jovens que, lembrou Henrique Neto, apesar de mais qualificados, estão a emigrar, por falta de emprego no país.

Apesar da troca de acusações, os dois candidatos convergiram na crítica às medidas de austeridade dos governos de direita liderados por Pedro Passos Coelho.

Para Sampaio da Nóvoa, foram "políticas desastrosas", que "degradaram a educação e a qualidade da ciência".

Henrique Neto manifestou "profundo desacordo" sobre a governação da coligação PSD/CDS-PP dos últimos quatro anos, que, advogou, fez "uma leitura da austeridade que prejudicou a classe média".

Crítico do "experimentalismo ideológico errado da troika", António Sampaio da Nóvoa considerou que Portugal deveria "ter tido a capacidade de negociar o programa de ajustamento" financeiro.

As eleições presidenciais, às quais se apresentam dez candidatos, realizam-se a 24 de janeiro.


c/ Lusa
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