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Coligação internacional tenta golpe fatal no Estado Islâmico

por Jorge Almeida - RTP
Reuters

Os Estados Unidos e os aliados da coligação vão procurar eliminar os bastiões do autoproclamado Estado Islâmico. O Daesh está a perder força, mas ainda controla porções de território na Síria e no Iraque.

A coligação internacional liderada pelos Estados Unidos quer dar o golpe fatal no Daesh. O secretário da Defesa dos Estados Unidos anunciou que se chegou um acordo sobre uma estratégia para eliminar o grupo terrorista.

“Vamos encurralá-los nos seus bastiões, em Raqqa, na Síria, e em Mossul, no Iraque”, afirmou Ash Carter, que alertou que a ofensiva militar não vai eliminar a ideologia ou a possibilidade de realizarem ataques noutros lugares.

Os países da coligação também estiveram a discutir em Washington planos para estabilizar as áreas após o Daesh ser derrotado. Recorde-se que o autoproclamado Estado Islâmico nasceu depois da invasão do Iraque, que deixou vastas áreas do território sem qualquer controlo.

Tomada de Falluja pelas forças iraquianas. Foto: Thaier Al-Sudani - Reuters

Depois da tomada de Faluja no final do mês de junho pelo exército iraquiano, auxiliado pelas forças da coligação, prepara-se agora o ataque final a Mossul, a segunda maior cidade do país e o último reduto do Daesh no Iraque.

Pretende-se uma “derrota duradoura (…) eles vão entrar em colapso depois de perderem os seus dois últimos bastiões, Mosul e Raqqa”, acrescentou o secretário da Defesa, Ash Carter.

O Reino Unido vai enviar mais 500 militares para treinar as forças iraquianas e curdas.

“Se este é o ano da grande batalha para retomar Mossul, a consequência pode ser a maior crise humanitária do mundo”, alertou por sua vez Jan Kubis, o enviado especial das Nações Unidas.

Tomada de Falluja pelas forças iraquianas. Foto: Andrea Dhalani - Reuters

Há também que ter em conta a enorme deslocação de famílias em fuga. São 3,4 milhões as pessoas ajudadas pelas Nações Unidas, que sofreram um corte de 40 por cento das doações. “Há uma fadiga dos doadores”, desabafou um funcionário da ONU em Bagdade.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, organizou uma conferência de doadores em Washington que conseguiu 2,1 mil milhões de dólares para financiar a ajuda humanitária, a reconstrução e a ajuda ao desenvolvimento. “Se não tivermos sucesso no Iraque, nenhum dos nossos países será mais seguro”, disse Kerry.
O líder do ISIS, Abu Bakr Al-Baghdadi
Ibrahim Awwad Ibrahim Al-Bradi, também conhecido como Abu Bakr Al-Baghdadi, nasceu em 1971 em Samarra, no Iraque, no seio de uma família sunita de classe média baixa.

Na sua juventude tinha uma paixão pela recitação do Corão e era meticuloso no cumprimento da lei religiosa. A sua família apelidou-o de “o crente”, por castigar os familiares que não viviam de acordo com a religião.

O líder do ISIS, Abu Al-Baghdadi. Foto: Reuters TV

Em 1996 obteve o bacharelato em Estudos Islâmicos na Universidade de Bagdade. Em 1999 doutorou-se em Estudos Corânicos e em 2007 concluiu o mestrado.

Até 2004, Baghdadi vivia no bairro Tobchi em Bagdade com as suas duas mulheres e seis filhos.

Poucos meses depois da invasão do Iraque em 2003, ajudou a fundar o grupo jihadista Jaysh Ahl al-Sunnah wa al-Jammaah (Exército do povo e da solidariedade).

Em fevereiro de 2004 foi preso pelas forças norte-americanas e passou dez meses detido no campo Bucca. Após a sua libertação, juntou-se ao líder da Al Qaeda no Iraque, o jordano Abu Musab Al-Zarwaqui.

Dois anos mais tarde, Al-Zarwaqui foi abatido num ataque aéreo. Seria rendido pelo egípcio Abu Ayyub Al-Masri, que acabaria por fundar o Estado Islâmico no Iraque com a promessa de lealdade à organização anterior, Al Qaeda.

Em abril de 2010, o fundador e líder do ISIS foi morto e Al-Baghdadi ocupou o seu lugar. Com a esperança de capitalizar a crescente agitação na Síria, ordenou que fosse criado um braço de combate no país, conhecido como a Frente Al-Nusra.
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