Combates no Iémen fazem perto de 70 mortos em 24 horas
Aden, 22 jan (Lusa) -- Os violentos combates travados entre o exército e os rebeldes na costa oeste do Iémen e os ataques aéreos registados naquele país fizeram pelo menos 66 mortos nas últimas 24 horas, indicaram hoje fontes médicas e militares iemenitas.
Os rebeldes xiitas `huthis` e os seus aliados, apoiantes do ex-Presidente Ali Abdallah Saleh, registaram 52 baixas em combates ou nos raides aéreos conduzidos pela coligação árabe apoiada pelos Estados Unidos na região de Mokha, no mar Vermelho, segundo as mesmas fontes locais.
Os rebeldes transportaram as vítimas mortais para o hospital militar de Hodeida, uma grande cidade portuária que os `huthis` controlam na zona oeste do país, relatou à agência noticiosa francesa AFP uma fonte médica, que precisou ter recebido naquela unidade hospitalar, entre hoje e sábado, 52 mortos e 55 feridos.
Do lado das forças governamentais, 14 soldados perderam a vida e outros 22 ficaram feridos, segundo fontes médicas em Aden (sul), onde está instalada a sede provisória do governo do Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, reconhecido pela comunidade internacional.
Os aviões de combate e os helicópteros de combate Apache da coligação árabe realizaram uma intensa jornada de combates em apoio às forças pró-Hadi que tentam há vários dias recuperar o controlo da região de Mokha, situada perto do estratégico estreito Bab al-Mandeb, de acordo com fontes militares.
As forças governamentais, apoiadas pela coligação árabe, encontravam-se hoje a cerca de 10 quilómetros de Mokha, indicaram as mesmas fontes militares.
A 07 de janeiro, a forças pró-Hadi lançaram uma ampla ofensiva na região de Dhubab, também perto do estreito de Bab al-Mandeb, uma importante passagem marítima que separa o mar Vermelho do Oceano Índico, no sudoeste do Iémen.
A progressão das forças governamentais no terreno está a ser dificultada pelas minas que os rebeldes colocaram em redor de Mokha, referiram as fontes militares.
No Iémen, uma coligação árabe liderada pela Arábia Saudita lançou em março de 2015 uma campanha militar contra os rebeldes xiitas `huthis`, depois de estes terem tomado a capital (Sanaa) e vastas zonas do país, obrigando o Presidente Abdrabuh Mansur Hadi a instalar a sede provisória do governo, apoiado pela ONU, em Aden, e a exilar-se posteriormente na Arábia Saudita.
Os `jihadistas` da Al-Qaida e os seus rivais do Estado Islâmico têm-se aproveitado do conflito entre o governo e os `huthis` para reforçarem a sua presença em grande parte do sul do país, tendo multiplicado nos últimos meses os atentados em Aden.
Nos últimos três dias, sete membros da rede terrorista Al-Qaida foram mortos em ataques com `drones` (aparelhos aéreos não tripulados) provavelmente americanos na região centro do Iémen, segundo fontes da área de segurança.
A guerra no Iémen já fez mais de 7.400 mortos, cerca de metade civis, e perto de 40.000 feridos, segundo a ONU.
SCA // SMA