Espanha acolhe navio com 600 migrantes parado no Mediterrâneo

por RTP
Itália e Malta recusaram-se a acolher o barco com mais de 600 migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo Guglielmo Mangiapane - Reuters

O presidente do Governo espanhol disponibilizou-se esta segunda-feira a receber o navio Aquarius, que transporta 629 migrantes, no porto de Valência. Itália e Malta tinham recusado o desembarque nos seus portos.

O barco transporta 629 migrantes, incluindo 123 menores desacompanhados, mais 11 crianças e sete mulheres grávidas vindos da Líbia. Os migrantes a bordo do Aquarius viajavam antes em barcos de borracha e foram resgatados pelos Médicos Sem Fronteiras e pela SOS Mediterranée.

A autorização foi assinada por Pedro Sanchez, presidente do Governo espanhol há pouco mais de uma semana, após a aprovação da moção de censura, a 1 de junho, contra o Governo de Mariano Rajoy. O responsável espanhol deixou instruções para que o navio seja acolhido no porto de Valência.


"É uma obrigação ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e oferecer um porto seguro a estas pessoas, cumprindo desta forma as obrigações do Direito Internacional", refere a nota emitida pela presidência do Governo espanhol.

Antes deste comunicado, a vice-presidente do Governo espanhol, Carmen Calvo, comunicou à ONU a disponibilidade de Valência para acolher a embarcação. Também a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, e o presidente da câmara de Valência, Joan Ribó, tinham mostrado disponibilidade para receber o Aquarius. 

No domingo, Itália recusou-se a receber o navio de migrantes, com o novo ministro italiano do Interior, Matteo Salvini a pedir ao governo de Malta que assuma as suas "responsabilidades". Salvini continua a liderar a Liga, partido nacionalista e xenófobo conotado com a extrema-direita que ocupa vários lugares no novo governo italiano, em funções desde o início de junho.

Por sua vez, as autoridades maltesas atribuem responsabilidades a Itália, tendo em conta o local onde ocorreu o salvamento dos migrantes. O executivo do território insular salienta que Malta já acolhe proporcionalmente mais migrantes que os vizinhos italianos.

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