Museu sobre Tiananmen em Hong Kong está fechado e procura nova localização

por Lusa

Aberto há menos de dois anos, o museu de Hong Kong dedicado a Tiananmen está fechado e procura novas instalações após problemas administrativos e disputas legais, disse o presidente da Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China.

O June 4th Museum (Museu do 4 de Junho) invoca a data em que, há 26 anos, os tanques do exército chinês avançaram sobre manifestantes na praça de Tiananmen, em Pequim. Na sua maioria estudantes, os manifestantes exigiam reformas democráticas no regime chinês.

Segundo o também deputado pró-democrata Albert Ho, a Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China está à procura de um novo espaço para o museu, que está atualmente fechado.

A sociedade dos proprietários do edifício critica o museu por incumprimento das obrigações contratuais e o presidente da empresa, Stanley Chau, levou a Aliança a tribunal e pediu uma indemnização.

Depois disso, a Aliança também recebeu queixas sobre alegadas violações das normas da portaria e normas do serviço de bombeiros.

Por outro lado, Albert Ho, em declarações citadas pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), acusou Stanley Chau de instruir o pessoal do edifício para pedirem a identificação de todos os visitantes do museu, afirmando que isso criou uma série de transtornos, sobretudo para os visitantes do interior da China.

O museu ocupa um discreto quinto andar do Foo Hoo Centre, em Tsim Sha Tsui, desde maio de 2014, mas está atualmente fechado ao público. A RTHK refere a data de 15 de abril para a reabertura do museu, mas sem especificar a localização.

Só no primeiro mês de funcionamento, o museu recebeu 5.000 visitas. No espaço, com pouco mais de 30 metros quadrados, uma linha cronológica percorria as paredes e está ilustrada com fotografias, textos e vídeos que explicam aos visitantes os momentos mais marcantes do movimento que terminou num massacre.

Disponíveis estavam também alguns livros, em chinês e inglês, notícias de jornais que podiam ser consultados virtualmente ou em papel, tudo apoiado por um vídeo com depoimentos de familiares das vítimas e outras pessoas ligadas ao movimento.

O museu assumiu, desde o início, o papel difusor de um período crítico para o próprio sistema chinês. O facto de mais de metade dos visitantes serem oriundos do interior da China levou os seus promotores a defenderem a ideia de que o espaço é também uma fonte de conhecimento para quem não tem, dentro do país, a informação necessária.

 

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