Nicolas Maduro diz que cancro de Chávez foi provocado pelos "inimigos da revolução"

por RTP
Carlos Garcia Rawlins, REUTERS

O vice-presidente da Venezuela acusou “os inimigos da revolução” de terem provocado o cancro de Hugo Chávez. Num discurso transmitido terça-feira na televisão estatal, Nicolas Maduro disse que os inimigos da Venezuela têm um plano em marcha para desestabilizar o país e afirmou que o caso de Chávez recorda o de Yasser Arafat.

“Já temos pistas sobre a doença do presidente. Foi provocada pelos inimigos da Revolução Bolivariana”, disse o número dois da Venezuela poucas horas depois de o país ter sido informado do agravamento do estado de saúde de Hugo Chávez.
Maduro: "Doença de Chávez foi inoculada"
Segundo Maduro, a doença de Chávez “foi inoculada” e por detrás de tudo estão “os inimigos da pátria”. O vice-presidente venezuelano adiantou que será criada uma comissão científica para tirar o caso a limpo e eventualmente demonstrar que o presidente venezuelano “foi atacado”.

Na mesma intervenção em que lançou estas acusações, Nicolas Maduro anunciou a expulsão de um adido militar da embaixada dos Estados Unidos, David Delmonico, que acusou de manter contactos com militares venezuelanos com o objetivo de “desestabilizar o país”.

Não é a primeira vez que as autoridades venezuelanas avançam a tese conspirativa de que a doença cancerígena do presidente tinha sido “provocada” .
Hugo Chávez manifestou suspeitas em 2011
Em dezembro de 2011, o próprio Hugo Chávez tinha lançado suspeitas sobre os problemas de  saúde que atingiram vários líderes sul-americanos de esquerda num curto  período de tempo.

Durante uma saudação aos soldados das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, o líder venezuelano evocou a possibilidade de os Estados Unidos ou outra potência mundial terem  desenvolvido uma tecnologia para induzir o cancro.

“É muito difícil explicar de forma satisfatoria a [pouca] probabilidade do que aconteceu a alguns líderes latino americanos, pelo menos nesta fase”, disse Chávez,
Cinco líderes sul-americanos atingidos pelo cancro num curto período
Chávez referia-se ao facto de, além dele próprio, também os presidentes do Paraguai (Fernando Lugo), Argentina (Cristina Fernandez de Kirchner), do Brasil (Lula da Silva) e da então candidata presidencial brasileira, Dilma Roussef, terem desenvolvido doenças cancerígenas num curto período de tempo.

O presidente da Venezuela disse que estava a acusar ninguém mas considerou muito provável que uma técnica para induzir artificialmente o cancro tenha sido desenvolvida nos últimos 50 anos.

“Temos de cuidar muito bem de Evo Morales (Presidente da Bolívia) e de Rafael Correa (presidente do Equador)", acrescentou Chávez, referindo-se a dois líderes esquerdistas sul-americanos que ainda não evidenciaram problemas semelhantes.
pub