Nyimpine Chissano nega financiamento na morte de jornalista

por Agência LUSA

Nyimpine Chissano, filho do ex- presidente moçambicano Joaquim Chissano, negou hoje ter financiado a morte do jornalista Carlos Cardoso, desmentindo igualmente um encontro na Presidência moçambicana relacionado com o crime cometido em Novembro de 2000.

Durante o primeiro julgamento do crime, em 2002, Nyimpine Chissano foi mencionado como mandante do assassínio do jornalista por dois co-réus confessos, ambos já condenados em primeira instância a mais de 20 anos de cadeia.

Nyimpine foi hoje ouvido no julgamento de Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho), acusado de ser o cérebro da quadrilha que matou o jornalista.

Na sessão, a empresária Cândida Cossa reafirmou que o filho mais velho de Joaquim Chissano a "industriou" a ilibá-lo em tribunal do envolvimento no crime, num encontro realizado na Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado moçambicano, durante o anterior julgamento.

"Não confirmo a coacção, ela está a mentir", respondeu Nympine Chissano quando confrontado com a acusação, afirmando que teve um encontro com mais três empresários moçambicanos, incluindo Cândida Cossa, na sua residência, e "não na Presidência da República de Moçambique".

Na ocasião, assegurou Nympinhe Chissano, o grupo de empresários pediu o apoio do ex-ministro do Interior de Moçambique Almerino Manhenje, para "proteger a empresária", pedido aceite pelo antigo governante.

Os outros dois empresários moçambicanos, Apolinário Pateguana e António Maló, também ouvidos hoje pelo tribunal de Maputo, declararam que o encontro na residência de Nympine Chissano visava "ajudar" Cândida Cossa, que se queixava de ser alvo de ameaças anónimas.

"O encontro não era para forçá-la a assumir a questão dos cheques", disse António Maló, referindo-se ao suposto pagamento aos assassinos de Cardoso, de que a empresária era presumível testemunha.

Os empresários foram arrolados como declarantes na sequência do julgamento do principal suspeito do assassínio do jornalista moçambicano Carlos Cardoso, Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho).

Na sua audição, "Anibalzinho" rejeitou qualquer ligação ao crime de parentes do ex-Presidente Joaquim Chissano, considerando que estes estão a ser alvo de "difamação".

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