Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

Papa Francisco quer ser "mensageiro da paz" em África

por Sandra Salvado - RTP
Fotografia: Thomas Mukoya - Reuters

Quénia, Uganda e República Centro-Africana estão no roteiro da viagem do Papa a África. É considerada uma das mais importantes e perigosas visitas pastorais, a um continente em que a tensão religiosa está muito presente. Uma viagem de seis dias, onde vai estar em destaque o diálogo entre o Islão e o Cristianismo.

Justiça social, defesa do ambiente e diálogo inter-religioso são os pontos-chave desta viagem ao Quénia, onde um terço da população é católica.

A segurança nesta visita tem preocupado muitos dirigentes, mas o Papa Francisco diz que não tem medo. Numa vídeo-mensagem divulgada antes desta viagem, apresentou-se como "mensageiro de paz".
"Somos todos irmãos"
“É como mensageiro de paz que me desloco para junto de vós. Tenho o desejo de apoiar o diálogo inter-religioso para encorajar a coabitação pacífica no vosso país e sei que isso é possível, porque somos todos irmãos”, disse Francisco.

O Papa começou o seu primeiro dia da viagem em Nairobi, no Quénia, naquela que é a sua primeira viagem a África e que se prolonga até segunda-feira, com passagens pelo Uganda e República Centro-Africana.

O Papa disse que são o "desespero" e "a pobreza" que alimentam o terrorismo e a violência. Francisco insurgiu-se contra atitudes que levam a favorecer a arrogância dos homens e o desprezo para com as mulheres, pela solidez das famílias.

Num país onde existem também tensões étnicas, o Papa pediu aos jovens que rejeitem toda e qualquer conduta dirigida pelo preconceito e pela discriminação.

Ontem o Papa, depois de um encontro com o presidente Uhuru Kenyatta, condenou a radicalização dos jovens, que são levados por radicais a cometer atos bárbaros, injustificáveis em nome de Deus.

Francisco apelou aos dirigentes para combaterem a corrupção e trabalharem, com integridade e transparência, pelo bem comum.
Viagem arriscada à República Centro-Africana
No fim de semana começa a etapa mais arriscada da viagem do papa Francisco à República Centro-Africana. Um país há dois anos em guerra civil que opõe cristãos e muçulmanos.

Apesar das preocupações com a segurança, Francisco vai manter o tradicional contacto com as populações, em particular as mais carenciadas, e deslocar-se em papamóvel descoberto, em várias circunstâncias.
Dez mil polícias no terreno
O Governo colocou dez mil polícias em Nairobi, apoiados por mais dez mil voluntários do Serviço Nacional da Juventude. Fechou ainda ao trânsito as principais ruas da capital do Quénia, já que o país tem sido alvo de várias ações violentas da milícia islamista Al-Shabab.

Em relação à República Centro-Africana, recorda que o país vive “há muito tempo uma situação de violência e insegurança”.

“O objetivo da minha visita é sobretudo levar, em nome de Jesus, consolo e esperança. Espero de coração que a minha visita possa contribuir, de uma forma ou de outra, para atenuar as feridas e favorecer as condições por um futuro mais sereno para a República Centro-Africana e todos os seus habitantes”, salientou o Papa Francisco.
Tópicos
pub