Polícia detém 9 presumíveis autores do atentado à bomba num mercado no Paquistão
Islamabad, 22 jan (Lusa) -- A polícia paquistanesa deteve nove presumíveis autores do atentado à bomba de sábado, que matou 24 pessoas e fez 87 feridos, num mercado na localidade de Parachinar, na região tribal noroeste do Paquistão, disse fonte oficial à agência EFE.
"Nove suspeitos foram presos e vamos fazer mais detenções nas próximas horas", disse o representante do governo central, Shahid Ali Khan.
Acrescentou que sete dos detidos foram capturados no sábado e os outros dois no dia de hoje, não tendo especificado se pertencem a grupos terroristas.
De acordo com Ali Khan, há uma investigação em curso, mas desconhece-se para já quem está por detrás do atentado.
As autoridades paquistanesas elevaram hoje para 25 o número de mortos na sequência da explosão da bomba no mercado, depois de três feridos terem morrido durante a madrugada.
A explosão aconteceu durante as primeiras horas da manhã de sábado, quando um grande número de pessoas fazia compras no mercado Eidgah, de Parachinar.
A bomba estava escondida numa caixa de verduras e foi acionada por controlo remoto.
O ataque provocou ainda mais de 50 feridos, alguns dos quais com gravidade.
Shahid Khan indicou hoje que a investigação revelou que foram usados 12 quilogramas de explosivos no atentado e que alguns dos vendedores foram detidos para interrogatório.
A autoria do atentado foi reivindicada pelo Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), um grupo anti xiita que, nos últimos anos, tem atacado também o governo paquistanês.
O LeJ aliou-se também ao movimento dos talibãs paquistaneses (TTP), aliados da rede terrorista Al-Qaida.
Parachinar, capital da região tribal de Kurram, viveu hoje o primeiro dos três dias de luto decretados pelo governo local, com o encerramento das escolas e outros edifícios oficiais.
Esta região, de maioria xiita, é cenário habitual de atos violentos por parte da maioria sunita, sendo que em dezembro de 2014 um atentado à bomba no mesmo mercado matou 22 pessoas.
O Paquistão lançou em junho de 2014 uma operação militar nas zonas tribais que resultou na redução significativa de ações insurgentes, numa operação que provocou a morte, segundo o governo, de 3.500 alegados terroristas e obrigou à retirada de um milhão de pessoas.
Apesar da melhoria na segurança, continuam a acontecer ataques de grande envergadura, como o que matou 72 advogados num hospital em Quetta (zona oeste do país) em agosto do ano passado ou o que matou 62 cadetes numa academia policial na mesma cidade em outubro.
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