Quatro pessoas foram detidas esta sexta-feira em Montpellier, por suspeita de estarem a preparar um ataque na capital francesa. Entre os suspeitos estão três homens e uma rapariga de 16 anos.
Em comunicado, o Ministério do Interior refere que foi evitado um "projeto de ataque iminente em solo francês" e confirma ainda que a polícia encontrou explosivos nas buscas até agora realizadas.
Segundo a edição online da estação televisiva francesa M6, os suspeitos planeavam um ataque terrorista suicida numa zona turística de Paris com um cinto de explosivos.
Jurou fidelidade ao Estado Islâmico
Rosário Salgueiro, correspondente da RTP em Paris, conta que ainda não há um balanço final da operação desta sexta-feira, uma vez que as autoridades continuam no terreno. Ao final da manhã prosseguiam as buscas em duas habitações de dois dos suspeitos.
Na origem das detenções esteve a inexperiência da rapariga de 16 anos que despertou a atenção das autoridades nas redes sociais. A jovem expressou a sua vontade de se juntar ao Estado Islâmico na Síria ou no Iraque, e de se fazer explodir em Paris, como conta a correspondente da RTP.
Segundo a televisão francesa BFM TV, a adolescente publicou na quarta-feira um vídeo no qual jurava fidelidade à organização terrorista.
Um dos detidos – o homem de 20 anos – é suspeito de ter tentado anteriormente um ato kamikaze em França. Os dois suspeitos mais jovens, a rapariga de 16 e o jovem de 20 anos, planeavam casar-se religiosamente. Nas buscas que decorreram esta sexta-feira foram apreendidos vários explosivos e material informático.
“Os quatro suspeitos, com idades de 16, 20, 26 e 33, foram detidos após terem comprado acetona”, explicou uma fonte policial, em declarações à agência France Presse.
A acetona seria alegadamente utilizada no explosivo artesanal TATP, muito comum entre radicais islâmicos. Durante os raides foram também recolhidos materiais como água oxigenada, seringas e luvas, disse a mesma fonte à AFP.
A escassos meses de eleições presidenciais, a França mantém o estado de emergência em vigor desde janeiro de 2015, por altura do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo.
Desde então, o país assistiu a novos ataques, o primeiro um ataque simultâneo em vários pontos da capital, a 13 de novembro de 2015, causando 130 mortos, e também no ano passado, nas celebrações do 14 de junho, em Nice, quando um camião atropelou uma multidão e fez 86 vítimas mortais.
Há precisamente uma semana, a polícia francesa disparou sobre um suspeito terrorista que atacou dois militares com uma arma branca enquanto gritava Allahu Akbar (Deus é grande), numa zona próxima ao Museu do Louvre, em Paris.
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