Primeiro concurso de beleza `Miss Sobrevivente de Minas` realiza-se em Luanda

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 28 de Mar (Lusa) - Um concurso de beleza em Angola vai distinguir em Abril, num hotel de Luanda, a sobrevivente mais bela entre as mulheres vítimas de explosão de minas naquele país.

Para devolver a confiança às mulheres vítimas de minas e consciencializar os "ricos e poderosos" para a sua condição, a Comissão de Desminagem de Angola organizou a "Miss Sobrevivente de Minas" (em inglês Miss Landmine Survivor) a eleger a 2 de Abril num hotel em Luanda, noticiou quinta-feira a rede de televisão britânica BBC.

O concurso, que já está a decorrer, será realizado pela internet, onde o público poderá aceder, através de www.miss-landmine.org, e votar na sua candidata preferida entre as dezoito participantes.

Cada uma delas representam as diversas províncias do país.

No dia 2 de Abril, em Luanda será anunciada a vencedora, que vai receber uma prótese feita à medida por um reconhecido fabricante noruegês.

Esta é uma iniciativa que busca pela recuperação da auto-estima da mulher ferida em campos de minas, evidenciando, segundo a coordenadora da Comissão de Desminagem de Angola, Madalena Neto, a beleza que existe em todas elas.

Madalena Neto quer que estas concorrentes sejam as embaixadoras de todas as vítimas de campos de minas.

Este projecto, financiado pelo governo de Angola e apoiado pela União Europeia, foi idealizado pelo artista norueguês Morten Traavik, que fotografou as imagens das candidatas que se podem ver online.

Milhares de angolanos continuam a ser vítimas de campos de minas, perdendo partes do corpo ou até a própria vida.

Apesar de todos os esforços do programa de desminagem, as Nações Unidas alertam para a existência de dezenas de milhares de minas que permanecem espalhadas pelo território de Angola, que é considerado o país com mais campos de minas de todo o continente africano.

Segundo dados do último relatório sobre as minas em Angola do Electronic Mine Information Network (rede de informação sobre minas), mais de 2 milhões de pessoas foram afectadas por explosões destes engenhos explosivos em Angola.

Por ano são morrem ou perdem membros entre 300 a 400 pessoas em Angola.

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