Receitas do grupo extremista Estado Islâmico caíram 30% em nove meses - estudo

por Lusa

Londres, 18 abr (Lusa) -- As receitas do grupo extremista Estado Islâmico caíram cerca de 30% desde o ano passado, obrigando a organização a introduzir novos impostos no território que controla, incluindo uma taxa de reparação de antenas parabólicas, segundo um estudo hoje publicado.

"Em março de 2016, o rendimento mensal do Estado Islâmico caiu para 56 milhões de dólares [49 milhões de euros]", declarou Ludovico Carlino, analista chefe do IHS Jane, um instituto especializado que publica regularmente relatórios sobre os territórios controlados pelos extremistas.

"Em meados de 2015, a receita mensal do Estado Islâmico era de cerca de 80 milhões de dólares [71 milhões de euros]", é indicado.

O relatório da IHS, que se baseia em informações dos meios de comunicação e de fontes na Síria e no Iraque, afirma também que a produção petrolífera nas zonas controladas pelo grupo diminuiu de 33.000 para 21.000 barris por dia.

Estas perdas estão largamente relacionadas com os ataques aéreos realizados pela coligação liderada pelos Estados Unidos e pela Rússia.

Cerca de metade das receitas do Estado Islâmico vem de tributação e confisco do comércio de bens, segundo o relatório. O petróleo representa 43% do total, com o restante a vir do tráfico de droga, da venda de eletricidade e de doações.

Segundo o IHS, o Estado Islâmico perdeu cerca de 22% do seu território ao longo dos últimos 15 meses e impõe hoje a sua lei a seis milhões de pessoas, contra os nove milhões anteriores. Assim, a sua receita fiscal diminuiu.

"O Estado Islâmico aumenta agora os impostos sobre os serviços básicos e procura novas formas de obter dinheiro da população", segundo o investigador.

"Estes impostos incluem portagens para os condutores de camiões, taxas para a instalação ou reparação de antenas parabólicas, e `taxas de saída` a quem tente sair de uma localidade", afirma Carlino.

Segundo o IHS, o grupo extremista introduziu também multas para os que não respondem corretamente a perguntas sobre o Corão, possibilitando pagamento em dinheiro em vez de punições corporais.

Desde o início do conflito sírio em 2011, metade da população do país foi deslocada, com cinco milhões de pessoas a fugirem para o estrangeiro. Mais de 270.000 morreram.

O cessar-fogo decretado sobre a égide da Rússia e dos Estados Unidos em fevereiro não abrange os combates entre o Estado Islâmico e os grupos afiliados à Al-Qaida.

 

 

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