Macau, China, 21 out (Lusa) - As autoridades de Macau e Hong Kong içaram hoje o sinal 8 de tempestade tropical, obrigando a parar escolas, serviços públicos e transportes, devido à aproximação do tufão Haima, que matou oito pessoas nas Filipinas.
Às 08:00 (01:00 em Lisboa), o tufão estava a cerca de 250 quilómetros a sueste de Macau, com os serviços de meteorologia a estimarem uma intensificação do vento nas próximas horas.
Com o içar do sinal 8 de tempestade tropical, numa escala até dez, escolas e serviços públicos, entre outros serviços e empresas, não abrem hoje. Por outro lado, são encerradas as três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa, ficando apenas aberto o tabuleiro inferior de uma delas.
Desde quinta-feira à noite, foram já cancelados dezenas de voos e as ligações de barco entre Macau e Hong Kong estão suspensas.
Tal como em Macau, Hong Kong encontra-se em suspenso, com serviços encerrados e pouco movimento nas ruas, estando até a bolsa fechada.
O metro de Hong Kong está a funcionar com serviços reduzidos e a circulação de autocarros foi cancelada.Inundações em zonas baixas
"O Centro de Operações de Proteção Civil recomenda aos cidadãos a tomar medidas adequadas: verificar a segurança dos objetos que possam ser destruídos ou arrastados pelo vento forte, bem como permanecer em casa ou locais seguros. O tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van é a única ligação entre Macau e Taipa durante o período de tufão n.° 8, pelo que, os cidadãos devem evitar utilizá-lo (...) a fim de ceder utilização aos veículos com necessidades ou veículos de socorro", pediram as autoridades de Macau, num comunicado.
Segundo a mesma nota, preveem-se ainda "inundações em algumas zonas baixas" e a população deve afastar-se da costa.
Ainda em Macau, as atividades da feira internacional de negócios da cidade ficarão suspensas, pelo menos, durante a manhã.
O Observatório de Hong Kong estima que o tufão atinja a cidade, onde vivem sete milhões de pessoas, perto do meio-dia e avança que o sinal 8 de tempestade tropical deverá ficar içado durante todo o dia, sendo esperado vento e chuva fortes.Ligações Macau Hong Kong suspensas
A aproximação do tufão Haima já obrigou hoje ao cancelamento de quase 600 voos em Macau e Hong Kong, de acordo com as autoridades de administração de aeroportos das duas cidades.
Em Macau, até às 10:30 (03:30 em Lisboa) tinham sido cancelados 91 voos, que abrangiam ligações desde as 07:00 até às 22:10, incluindo 44 partidas e 47 chegadas, de acordo com o aeroporto da cidade.
Em Hong Kong foram cancelados 500 voos, segundo as autoridades, sendo que se registam também vários atrasos.
As ligações de barco entre Macau e Hong Kong estão também suspensas.
Nas duas cidades está içado o sinal 8 de tufão, numa escala de dez, o que leva à ativação de medidas de prevenção como o encerramento de serviços públicos, escolas e bancos.
Em Macau está suspensa a circulação de transportes coletivos e nas pontes foi encerrado o trânsito. A ligação entre a península de Macau e a Taipa passa apenas a poder ser feita através do tabuleiro inferior da Ponte Sai Van.
Até ao final da manhã, a proteção civil de Macau tinha registado oito incidentes - três em imóveis e cinco na via pública.
O tufão levou também ao encerramento da Feira Internacional de Macau, onde estão presentes mais de 100 empresas portuguesas.
Segundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, devido à prevalência do sinal 8 até ao meio-dia foram cancelados todos os fóruns e seminários, mas o recinto da feira pode ainda abrir se o sinal for reduzido até às 14:30.Mortos nas Filipinas
O Haima atingiu as Filipinas na quinta-feira, onde matou pelo menos 12 pessoas e danificou milhares de habitações.
Nas Filipinas, os ventos chegaram aos 225 quilómetros por hora à passagem do tufão, havendo registo de rajadas de 315 quilómetros por hora.
Entre 15 e 20 tufões afetam anualmente as Filipinas durante a época das chuvas que começa, normalmente, em junho e termina em novembro.
Em novembro de 2013, o tufão Haiyan, um dos mais potentes da história a tocar terra, causou 6.300 mortos, mais de 1.000 desaparecidos e 14 milhões de afetados na região central das Filipinas.