País
Caso dos "Vistos Gold" chega a tribunal
Começa amanhã um dos maiores julgamentos de sempre em Portugal. A "Operação labirinto", também conhecida como o caso dos Vistos Gold, envolve antigos altos dirigentes do Estado e o ex-ministro Miguel Macedo.
Entre testemunhas de acusação e defesa são perto de 400. O processo tem 30 mil páginas do processo que permitem entender os crimes e as ligações que estão em causa.
Um dos exemplos consumiu dois anos de investigação - lado a lado, inspetores da PJ, procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e especialistas da autoridade tributária.
Encontraram um labirinto, uma operação montada à volta de um homem. E uma suspeita: a agilização dos vistos Gold. O Ministério Público fala num acordo com um casal de angariadores.
A filha e o genro de Figueiredo chegaram a ser sócios deles. Antes do julgamento, Xiaodong vira as costas à RTP e Baoe, conhecida por Helena, por falar muito bem português, apressa-se a entrar no carro.
A acelerar o negócio estaria um terceiro chinês, o financiador das transações imobiliárias - as tais casas de 500 mil euros que dão via verde a autorizações de residência por investimento.
A última palavra nos vistos cabe ao diretor nacional do SEF. Mas Manuel Jarmela Palos garante que só facilitava porque cumpria ordens de cima. Do superior hierárquico: Miguel Macedo.
O ex-ministro da Administração Interna abriria as portas da burocracia.
Acabou por sair do Governo, dias depois do raid da Judiciária: onze detenções, dezenas de buscas a casas e Ministérios.
Mas na véspera, a 12 de Novembro de 2014, os principais arguidos foram prevenidos. Palos recebeu um SMS de um inspetor do SEF.
Paulo nNicolau é agora arguido num processo autónomo por suspeita de favorecimento pessoal. E até houve tempo para António Figueiredo pedir ao SIS uma limpeza eletrónica dos computadores do IRN.
De nada valeu. As perícias informáticas da PJ recuperaram e-mails, mensagens, documentos, extratos bancários. Perceberam que os vistos Gold eram só o início de uma teia de influências e de corrupção no Estado - facilitismos em troca de favores e dinheiro.
Um dos exemplos consumiu dois anos de investigação - lado a lado, inspetores da PJ, procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e especialistas da autoridade tributária.
Encontraram um labirinto, uma operação montada à volta de um homem. E uma suspeita: a agilização dos vistos Gold. O Ministério Público fala num acordo com um casal de angariadores.
A filha e o genro de Figueiredo chegaram a ser sócios deles. Antes do julgamento, Xiaodong vira as costas à RTP e Baoe, conhecida por Helena, por falar muito bem português, apressa-se a entrar no carro.
A acelerar o negócio estaria um terceiro chinês, o financiador das transações imobiliárias - as tais casas de 500 mil euros que dão via verde a autorizações de residência por investimento.
A última palavra nos vistos cabe ao diretor nacional do SEF. Mas Manuel Jarmela Palos garante que só facilitava porque cumpria ordens de cima. Do superior hierárquico: Miguel Macedo.
O ex-ministro da Administração Interna abriria as portas da burocracia.
Acabou por sair do Governo, dias depois do raid da Judiciária: onze detenções, dezenas de buscas a casas e Ministérios.
Mas na véspera, a 12 de Novembro de 2014, os principais arguidos foram prevenidos. Palos recebeu um SMS de um inspetor do SEF.
Paulo nNicolau é agora arguido num processo autónomo por suspeita de favorecimento pessoal. E até houve tempo para António Figueiredo pedir ao SIS uma limpeza eletrónica dos computadores do IRN.
De nada valeu. As perícias informáticas da PJ recuperaram e-mails, mensagens, documentos, extratos bancários. Perceberam que os vistos Gold eram só o início de uma teia de influências e de corrupção no Estado - facilitismos em troca de favores e dinheiro.