Cem moradores reunidos em Arroios protestaram contra fecho da esquadra

por Lusa

Lisboa, 20 jun (Lusa) -- Cem moradores juntaram-se hoje em frente à esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) em Arroios, Lisboa, para protestar contra o encerramento da mesma, que está integrado no processo de reorganização policial na cidade.

Ecoando cânticos como "não ao encerramento da esquadra", "segurança sim, fecho de esquadras não" e "segurança é um direito, sem ela nada feito", os moradores começaram a manifestar-se às 19:20, tendo terminado perto das 20:00.

Os manifestantes envergavam também uma faixa que se referia à esquadra de Arroios como "a nossa esquadra".

Por detrás do descontentamento está a reorganização policial de Lisboa, que prevê o encerramento de 14 esquadras na cidade, em locais como Rossio, Mouraria, Santa Marta, Rato, Arroios, Zona I, Chelas Zona J, Bairro da Horta Nova, Bairro Padre Cruz, Carnide, Calvário, Quinta do Cabrinha, Campolide e Serafina.

Nesses locais, vão abrir outras seis, nomeadamente na Baixa Pombalina, Palácio da Folgosa, na estação do Metropolitano do Marquês de Pombal, em Campolide, no Lispólis (Lumiar) e em Alcântara.

O objetivo da proposta, segundo o ministro da Administração Interna, é ter "mais visibilidade das forças de segurança", "maior proximidade e maior intensidade de patrulhamento" e "menos elementos policiais dedicados a atividades de logística e administrativa".

No entanto, estas razões não persuadem Cecília Sales, da Comissão de Utentes da Cidade de Lisboa, que organizou a manifestação.

Em declarações à Lusa, a representante explicou que apesar de "argumentarem que vai haver muitos mais polícias na rua", isso "não corresponde à verdade", sendo que "alguns [dos agentes destas esquadras] vão reforçar a Polícia Municipal e outros vão reformar-se".

Quanto ao fecho das esquadras de Arroios, do Rato e de Santa Marta, a alternativa será recorrer ao posto da PSP que vai abrir na estação de metro do Marquês de Pombal, o que Cecília Sales desaprova devido à distância.

A representante assinalou que dois terços da população de Lisboa tem mais de 65 anos, o que a leva a questionar que "com a o envelhecimento e com a falta de transportes, como é que as pessoas pagam um táxi para ir fazer queixa à esquadra?".

De acordo com a organizadora do protesto, "os bairros têm de estar preparados para ter estes equipamentos de apoio", já que "é um direito que as pessoas têm".

Cecília Sales adiantou que a insegurança aumentará quando estes idosos tiverem de ir "levantar as reformas aos correios". "Seguem-nos (...) e lá vai a mala", exemplificou.

Em curso está ainda um abaixo-assinado para travar o encerramento da 10ª esquadra da PSP, em Arroios, que já conta com cerca de 300 assinaturas, cuja maioria é de comerciantes, que estão "muito sensíveis para a questão", apontou José Alberto de Almeida, também membro da Comissão de Utentes da Cidade de Lisboa.

A proposta de reorganização das esquadras em Lisboa, elaborada pelo Governo e pela PSP, foi aprovada em reunião de câmara no final de maio.

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