Centenas os taxistas juntaram-se esta terça-feira numa marcha lenta que percorreu as cidades de Lisboa, Porto e Faro para protestar contra a Uber, um serviço de transporte de passageiros que funciona a partir de uma plataforma informática e que os condutores profissionais acusam de não cumprir as regras legais.
Cinquenta minutos depois da partida do Parque das Nações, a caravana chegou ao aeroporto, onde se juntou a outros 400 profissionais. O percurso desta marcha lenta dirigiu-se à Praça do Comércio, junto ao Ministério da Justiça. Os taxistas tinham como objectivo entregar um dossier explicativo das suas razões ao presidente do instituto da Mobilidade Terrestre e à ministra da Justiça.
No Porto, os taxistas concentraram-se na praça Gonçalves Zarco, de onde estava definido partir e chegar o protesto. Trata-se de motoristas oriundos, na sua maioria, da Área Metropolitana do Porto, mas também de outras cidades do norte e centro. Estes taxistas iniciaram um desfile em marcha-lenta por várias artérias da cidade, partindo daquela zona da Foz do Douro pouco depois das nove horas da manhã. O percurso inclui a avenida da Boavista, os Aliados, a Via ade Cintura Interna, a zona do aeroporto Francisco Sá Carneiro (circulando na A28 e VRI) e tem regresso marcado para o Castelo do Queijo.
Em Faro, houve uma concentração no Parque das Cidades (Estádio do Algarve) dos taxistas do sul em solidariedade para com os colegas de Lisboa e do Porto. O desfile de carros seguiu até ao Parque de São Francisco.
Vitória da ANTRAL nos tribunais
A 28 de abril deste ano, o Tribunal Central de Lisboa aceitou ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL e proibiu os serviços da Uber no nosso país.
Esta decisão seria confirmada em junho pelo mesmo tribunal, mas as ANTRAL acusa a Uber de "continuar a trabalhar da mesma forma", como se não tivesse havido decisões judiciais. "A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime", e contestar a "tolerância dos decisores" e a "inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados", explicou, em comunicado, a ANTRAL.
(c/ Lusa)