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Ex-diretor de colégio de Fátima nega dolo na transferência de património

por Lusa

Fátima, 12 jul (Lusa) - O ex-diretor do Colégio de São Miguel, em Fátima, o padre Joaquim Ventura, que é alvo de uma queixa-crime por parte da instituição, negou hoje ser "culpado de ter cometido qualquer dolo ao colégio, à Igreja e à sociedade".

Em causa está o "destino dado pela anterior gestão a um conjunto significativo de valores patrimoniais do colégio", dúvidas que, "tendo tido oportunidade de dar todos os esclarecimentos que entendesse, as não dissipou", pode ler-se no comunicado publicado na quinta-feira na página de internet do colégio.

"Só a `ignorância culpável` das leis canónicas e regulamentos da Conferência Episcopal, que estabelecem limites na aplicação e doação dos bens eclesiásticos -- de que já pedi desculpa -- poderá inculpar-me de `gestão danosa` do colégio, assim considerada pelo meu sucessor", pode ler-se no comunicado enviado hoje pelo sacerdote à agência Lusa.

Joaquim Ventura sublinhou que desde outubro de 2012, após ter sido substituído, a seu pedido, da direção do colégio, que tem "sido objeto de graves suspeitas e acusações" pelo substituto, mas reitera a sua convicção de ter agido de acordo com a sua consciência.

A notícia fez o destaque da edição de quinta-feira do Jornal de Leiria, semanário que avança com a informação de que na origem da queixa estão subsídios transferidos para a Fundação Arca da Aliança presidida pelo padre, sem que tal fosse do conhecimento do bispo da diocese Leiria-Fátima, entidade proprietária do colégio.

A fundação "sempre foi considerada por mim e pelo corpo docente e discente do colégio e pela comunidade envolvente como um complemento e extensão do projeto educacional do colégio, tendo mesmo sido feita uma parceria entre as duas instituições, firmada em 2001", explicou o ex-responsável pela gestão do estabelecimento de ensino.

Daí, acrescentou o padre, "terem sido dispensados especiais meios humanos e materiais por parte do colégio a esta fundação, como o foram a outras instituições educativas, entre as quais a diocese e o seminário diocesano, sem qualquer prejuízo do colégio, cujo património" garantiu ter sempre cuidado e aumentado, merecendo quando foi substituído da direção do colégio, "os maiores encómios do atual bispo diocesano, D. António Marto".

Na quinta-feira, a direção do Colégio de São Miguel em Fátima confirmou ter movido uma ação judicial contra a anterior gestão liderada pelo padre Joaquim Ventura, que esteve cerca de 50 anos à frente da instituição.

"Assim, com a aprovação do bispo da diocese, a direção do Colégio de São Miguel decidiu confiar aos tribunais civis o esclarecimento da situação, mediante uma ação judicial no tribunal", que deu entrada a 22 de março, esclarecem os responsáveis da instituição, lembrando, contudo, que "até à decisão judicial final, qualquer juízo sobre o caso e sobre pessoas é prematuro".

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