Governo quer funcionários públicos a partilhar carros e a andar de bicicleta

por Sandra Salvado - RTP
Foto: Bernadett Szabo, Reuters

Promover a videoconferência, evitando deslocações, utilizar os sistemas “car sharing” ou “bike sharing” são algumas das medidas que fazem parte do Programa de Mobilidade Sustentável da Administração Pública. O objetivo é poupar cerca de 50 milhões de euros e reduzir, nos próximos cinco anos, 20 por cento das emissões de dióxido de carbono na frota de automóveis do Estado.

Andar à boleia, partilhando carros do Estado, pedalar ou utilizar o sistema de videoconferência, evitando assim deslocações, tempos desnecessários e custos são algumas das medidas do Programa de Mobilidade Sustentável, agora publicado em Diário da República.

A implementação do Programa ECO.mob prevê uma poupança de cerca de 50 milhões de euros no período até 2021, mas tem um custo estimado de 41,5 milhões de euros para o período compreendido entre 2015 e 2020, que será repartido da seguinte forma:



A diminuição do número de veículos no PVE nos últimos quatro anos por via da regra de abate instituída implicou uma redução na despesa com a frota automóvel na ordem dos 22,1 milhões de Euros, conforme demonstram os relatórios de atividade do Parque de Veículos do Estado (PVE).

Segundo números oficiais, no final de 2014, o PVE atingia os 26.903 veículos, o que o enquadra entre as maiores frotas do país.



O Governo espera atingir dentro de cinco anos "uma redução de 20 por cento das emissões de CO2 da frota do PVE, limitando ainda a aquisição de veículos ligeiros optando pela sua substituição por veículos elétricos, "num total previsto de, aproximadamente, 1.200 veículos".

No âmbito da gestão da mobilidade foram criadas seis linhas de ação, que assentam na realização de um estudo de caracterização das deslocações na Administração Pública; gestão eficiente e partilhada da frota do Estado, através do car sharing; revisão do enquadramento legal do PVE; comportamentos sustentáveis; redução das necessidades de mobilidade através da promoção da videoconferência e promoção de modos suaves como a utilização de bicicletas para deslocações.

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros, e relativamente à promoção de modos suaves, está prevista a "aquisição de veículos suaves e a criação de condições para a sua utilização, como o estacionamento para bicicletas nos organismos da administração pública, a adesão a sistemas de bike-sharing".
Reduzir a emissão de gases
Para a tutela, estas são “medidas inovadoras que potenciarão deslocações mais sustentáveis e que estão englobadas na linha de ação”, que prevê também a utilização do sistema car pooling (partilha de carro particular) e a promoção da utilização de transportes públicos.

A implementação deste programa sustentável deverá traduzir-se na "redução de emissão de gases com efeito de estufa, de óxidos de azoto, de partículas e de ruído, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar em espaço urbano", pode ler-se na resolução do Conselho de Ministros.

No documento estão incluídas medidas que o executivo entende como linhas de ação para a gestão da mobilidade e com as quais o Governo pretende gastar cerca de três milhões de euros num estudo de caracterização para identificar o comportamento e ajudar a traçar o tipo de deslocações feitas por parte dos funcionários públicos.
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