Imigrantes em protesto contra atrasos do SEF

por Antena 1

Foto: Reuters

Os imigrantes que continuam à espera de uma autorização de residência, por parte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, manifestam-se esta quinta-feira diante da Assembleia da República, onde vão reivindicar respostas. O SEF alega, por seu turno, falta de pessoal, mas ressalva que o tempo de espera foi já reduzido.

As associações de imigrantes calculam que existam no país cerca de 30 mil estrangeiros em sitação ilegal. Muitos estão já a trabalhar, mas continuam clandestinos porque não conseguem obter o visto de residência. É o que acontece com o cidadão guineense ouvido pela jornalista da Antena 1 Olívia Santos.

A manifestação da tarde desta quinta-feira, em São Bento, foi organizada pela Associação Solidariedade Imigrante, que não compreende os alegados atrasos na resposta aos pedidos de autorização de residência em Portugal.

O presidente da associação, Timóteo Macedo, explica que quem entra ilegalmente não consegue a regularização, mas na verdade quase ninguém entra de outra forma, porque não há vistos.

Timóteo Macedo refere também que os imigrantes, afetados pela precariedade laboral, entram num beco sem saída porque sem trabalho não há renovação de residência e sem renovação não conseguem trabalho

O presidente da Associação Solidariedade Imigrante esclarece que os imigrantes não podem inscrever-se na Segurança Social, pelo mesmo motivo que entrava a legalização, devido à forma como entraram em Portugal.

Timóteo Macedo diz que estes imigrantes já se queixaram, alguns deles até a ministros que dizem ter agido, mas nada mudou.

O número de imigrantes ilegais em Portugal, segundo a associação, ronda os 30 mil e Timóteo Macedo diz que este número pode aumentar, visto continuarem a receber imensos pedidos de ajuda.
O
diretor nacional adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), António Carlos Patrício, também esteve à conversa com a jornalista da Antena 1 Olívia Santos e diz que há várias medidas em marcha, no sentido de melhorar o atendimento, que espera ter em vigor já no próximo mês.

Obras em instalações, reorganização de pessoal, redefinição de prioridades são algumas das medidas que o diretor adjunto do SEF quer ver implementadas. Mas António Carlos Patrício explica que nem sempre é fácil colocar estas modificações em prática, devido à escassez de recursos humanos.

Segundo o responsável, cerca de 200 funcionários saíram do SEF nos últimos dois anos. E para colmatar essas saídas está em marcha um processo de mobilidade que visa captar, numa primeira fase, 50 trabalhadores da Administração Pública.

Apesar das dificuldades, o diretor nacional adjunto do SEF diz que foi entretanto possível reduzir o tempo de resposta aos pedidos em dois ou três meses, graças a uma limpeza no sistema de receção.

Muitos dos pedidos partem de cidadãos do Brasil e Angola. Têm também surgido pedidos do Hindustão.

Sobre o caso concreto contado em Antena, António Carlos Patrício recusa pronunciar-se porque não conhece os detalhes. Todavia, o diretor adjunto do SEF refere que, efetivamente, há cruzamento de dados com a Segurança Social. O problema, argumenta, é que por vezes os imigrantes desaparecem e “o SEF não pode andar atrás deles”.
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