Médicos vão ser pagos por doente no Hospital Amadora-Sintra

por RTP
Lusa

Com os dias frios a chegar, as urgências hospitalares enchem e as horas de espera parecem não ter fim. A antever este problema, o Hospital Amadora-Sintra decidiu que há médicos que vão ser pagos pelo número de doentes atendidos e não à hora, uma medida revelada esta sexta-feira nas páginas do Diário de Notícias.

É uma tentativa de garantir que não há falhas nas urgências e que são captados os médicos necessários para dar resposta ao aumento da procura.

Segundo o Diário de Notícias, a unidade hospitalar que serve os concelhos de Amadora e Sintra admite a "contratação de médicos com pagamento por doente observado e não por hora".

Segundo o hospital, este é um dos modelos permitidos pelos despachos do anterior executivo. Fica por desvendar o valor previsto para estes atos, até porque "podem não ser necessários, caso haja uma época da gripe sem grandes problemas", lê-se no mesmo jornal.
Situações contempladas pela lei
Está previsto o "pagamento por doente, o reforço da remuneração ou o recurso a médicos de família".

"São tudo situações contempladas pela lei e que têm como objetivo prevenir as situações que ocorreram em 2014. Temos de nos munir dos mecanismos necessários”, admitiu ao DN uma fonte oficial.

Esta unidade de saúde está também a pagar mais dinheiro aos médicos que prestam apoio a um novo serviço de internamento aberto desde dia 2 de novembro.

"Os médicos foram contactados para saber se estavam interessados. E além de assistirem os doentes habituais recebem um pagamento por cama para também observarem os doentes deste serviço, o que significa que o podem fazer no mesmo tempo de serviço", disse um clínico ao Diário de Notícias.
"Não há quem queira fazer mais urgências"
"É um tipo de pagamento que pode ser explorado, porque facilita a contratação de médicos. Pode ser mais vantajoso do que o pagamento por hora. O modelo atual foi desregulado e não há quem queira fazer mais urgências, porque a remuneração é baixa”, afirmou por sua vez o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, ouvido pelo diário.

No entanto, para o bastonário, têm de ser definidas regras para que o modelo seja mais exequível.

"Não acredito que um médico queira atender um doente rapidamente só para ganhar mais uns euros. Desde logo porque se cometer um erro é sua responsabilidade e qualquer erro pode pôr em causa a sua vida profissional”, concluiu José Manuel Silva.
Tópicos
pub