Ministério da Educação quer se sejam analisados resultados dos exames nacionais

por Lusa

Lisboa, 10 jul (Lusa) -- O Ministério da Educação e Ciência (MEC) quer que sejam analisados os resultados nos exames nacionais realizados pelos alunos do secundário para garantir que este ano se manteve o grau de exigência.

No geral, os resultados nos exames nacionais do ensino secundário subiram este ano, com destaque para Matemática A que atingiu finalmente a positiva passando de 9,2 para 12 valores.

Os dados foram avançados pelo Ministério da Educação que, além de apresentar as médias das 22 disciplinas mais realizadas pelos alunos, revela que irá pedir ao Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) uma análise para verificar se houve mudanças no grau de exigência.

Em comunicado, o MEC sublinha "a importância de os exames serem um referencial no processo de avaliação dos alunos, devendo para isso manter-se com um grau de exigência global semelhante ao longo dos anos".

Agora que foram conhecidos os resultados, avança o ministério, "será necessário, mais uma vez, que o IAVE e organismos responsáveis do MEC procedam a uma análise pormenorizada das provas e seus resultados, tendo em vista avaliar em que grau se tem atingido, ou não, o objetivo preconizado".

O IAVE veio, entretanto, dar uma explicação possível para a subida da média a Matemática A, que este ano atingiu um dos resultados mais altos de sempre: "A introdução, pela primeira vez, de conteúdos do 10.º ano é um fator que explica parcialmente a evolução positiva dos resultados, quando comparados com 2014".

O instituto responsável pelos exames garante ainda que todas as provas "são objeto de consultorias e de auditorias de especialidade, quer por professores do ensino secundário, quer por professores do ensino superior, bem como de parecer prévio pelas entidades representadas no Conselho Científico. No geral, as provas foram consideradas adequadas, tanto no que respeita à sua relação com os documentos curriculares, como em relação ao público-alvo".

A outra disciplina com maior diferença nas notas e que mereceu uma atenção especial por parte do IAVE foi a Biologia e Geologia, mas no sentido contrário, já que a média passou de 11 valores no ano passado para 8,9 valores este ano.

O IAVE diz que a conceção deste exame foi "em tudo semelhante às provas de 2013 e 2014" e justifica a descida das notas com o facto de "os alunos não dominarem conteúdos curriculares essenciais que foram avaliados".

No dia em que os mais de 33 mil alunos internos do 12.º ano realizaram a prova de Matemática A, as associações de matemática consideram o exame acessível e adequado às metas do programa, tendo previsto uma melhoria dos resultados.

A Sociedade Portuguesa de Matemática considerou que o exame estava "em conformidade com o programa", "bem estruturado" e com "um nível de dificuldade semelhante" ao do ano anterior.

Também a Associação de Professores de Matemática, através de Jaime Carvalho e Silva, defendeu que "quem estudou vai tirar classificação positiva" e anteviu que a média poderia aumentar um valor, depois de cinco anos sucessivos de provas em que "as médias a matemática desciam".

O coordenador dos pareceres sobre os exames nacionais na APM entende, ainda, que a prova de Matemática A era acessível, apesar de não ser fácil, e não era extensa, sendo exequível no "tempo concedido".

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