Motociclistas em protesto contra a inspeção obrigatória

por RTP
Várias centenas de motociclistas desceram esta tarde a Rua de São Bento, em protesto a inciativa do Governo. Inácio Rosa - Lusa

Motociclistas de todo o país manifestaram-se este domingo contra o "negócio" das inspeções e entregaram uma petição na Assembleia da República.

A concentração aconteceu durante a tarde junto ao Rossio, em Lisboa, com várias centenas de "motards" a denunciarem o que dizem ser "interesses económicos" que envolvem os centros de inspeção.

O grupo seguiu depois para a Assembleia da República, local onde terminou a manifestação, com a entrega de uma petição aos deputados. Para além de Lisboa, o protesto também decorreu nas cidades do Porto, Castelo Branco, Faro e Funchal.

Reportagem de Isabel Marques da Costa, Pedro Boa Alma, António Nunes - RTP

Em causa está a decisão do Executivo de alargar a inspeção períodica obrigatória a motociclos, não estando ainda prevista uma data para a entrada em vigor.

Quando foi anunciada pela Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel, em maio, várias associações criticaram a iniciativa. O Grupo Ação Motociclista denuncia esta medida, que dizem ter como principal objetivo o benefício financeiro e não a efetiva segurança nas estradas.

Para além dos gastos financeiros, dizem que está em causa a própria circulação de motos. À Agência Lusa, António Manuel Francisco explicava que a habitual modificação e personalização dos veículos irá impossibilitar a aprovação por parte dos centros de inspeção.
Manifesto entregue na AR
Em declarações à Antena 1, Rodrigo Ribeiro, da Federação de Motociclistas, adiantou que foi uma entregue uma petição na Assembleia da República para evitar que as inspecções períodicas às motos se generalizem e se tornem apenas em mais um negócio.


No documento, os motociclistas denunciam "os interesses económicos" e dizem apenas querer preservar "a cultura do motociclista e a personalização das motos", fatores que levariam à reprovação pelos centros de inspeção. Argumentam ainda que apenas 0,3 por cento dos acidentes com este tipo de veículos acontece por falha mecânica.

Miguel Tiago, do Partido Comunista, foi o único representante a receber em mãos este manifesto. O deputado comunista mostrou-se solidário com a causa dos "motards", assegurando que "ainda nada está decidido" e que "há pessoas interessadas em legislar nas costas".

Garante que o assunto ainda será discutido pelos vários grupos parlamentares e que não faria sentido para o Governo dar seguimento a esta lei, até porque, salientou, o Parlamento Europeu deu como suspensa a questão da inspeção obrigatória aos motociclos.


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