TTT, uma terceira
travessia
A ideia de construir uma terceira travessia sobre o Rio Tejo
na Área Metropolitana de Lisboa já tem vários anos.
No início da primeira
década do século XXI, Carmona Rodrigues, então ministro das Obras Públicas,
anunciava a possibilidade de criação de uma terceira ponte que ligaria Chelas e
o Barreiro e que usufruiria também de uma ligação ferroviária de alta
velocidade. Corria o ano de 2003.
A ideia continua no papel até hoje, mas tem vindo a ser
discutida pelos diferentes executivos.
Em abril de 2008 foi aprovado em Conselho de Ministros um
projeto para a construção de uma ligação rodo-ferroviária entre Chelas e o
Barreiro. A decisão da localização teve por base um relatório do LNEC
(Laboratório Nacional de Engenharia Civil), que concluiu que essa era a opção
mais favorável ao TGV. A possibilidade de transferência do aeroporto
internacional de Lisboa para Alcochete pesava também nesta decisão.
Relatório da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, S.A.
Uns meses mais tarde, porém, em novembro desse mesmo ano,
António Costa, na altura presidente da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou
um parecer que reprovava esse projeto, alegando um impacto paisagístico muito
forte na cidade e sugerindo que a terceira travessia se fizesse por túnel, não por viaduto.
Estudos para esta alternativa tinham sido já apresentados em
outubro de 2008. Um deles, realizado em 2001 pela Lusoponte, empresa que gere
atualmente a Ponte 25 de Abril e a Ponte Vasco da Gama, concluía que a construção
de um túnel sairia mais barata - cerca de 570 milhões de euros em comparação
com os cerca de 769 milhões que custaria construir uma terceira ponte.
Simulação visual do projecto - Vista do Barreiro
Fonte: Relatório da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, s.a.
Também a RAV (Rede Ferroviária de Alta Velocidade, S.A.)
apresentou em setembro de 2008 um estudo de impacto ambiental para a construção
de uma travessia rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro.
Relatório da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, s.a.
Segundo o estudo, esta opção "permitiria assegurar a acessibilidade
rodoviária aos concelhos do Barreiro, Seixal e Moita, onde residem perto de 300
mil habitantes.
Atualmente, este corredor é o único em toda a AML (Área
Metropolitana de Lisboa) sem ligação rodoviária direta à margem norte do Tejo.
De assinalar que o percurso rodoviário do Barreiro a Lisboa é, hoje, superior a
40 quilómetros, passando para cerca de dez quilómetros com a TTT [Terceira Travessia do Tejo]".
Elevador com
miradouro na Ponte 25 de Abril?
Em agosto de 2015, há cerca de um ano, o jornal Público
noticiou a intenção da Infraestruturas de Portugal de elaborar um projeto que
consistia na construção de um elevador e miradouro junto ao pilar de Alcântara.
O miradouro, localizado ao nível do tabuleiro rodoviário, a cerca de 70 metros
de altura, permitiria ter uma visão sobre a cidade de Lisboa até agora
impossível.
Além da construção do elevador, seria também criado um
núcleo interpretativo da ponte que se instalaria junto ao maciço norte. O
projeto foi aprovado pela Direção-Geral do Património Cultural a 15 de janeiro
de 2015.
Simulação visual do projecto: Vista de Xabregas Relatório da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, s.a.
O futuro sobre o Tejo
Com a construção da Ponte Vasco da Gama, foi possível reduzir o tráfego que todos os dias passa na Ponte 25 de Abril. Ainda assim, há vários anos que se fala da possibilidade de uma terceira travessia. Há vários estudos e pelo menos um projeto aprovado em Conselho de Ministros.
por Pedro A. Pina, Nuno Patrício - RTP