Operação Matrioskas culmina com detenções na SAD da União de Leiria

por RTP
Elementos da Autoridade Tributária e da PJ à saída da sede da SAD da União de Leiria Paulo Cunha - Lusa

O presidente da SAD da União de Leiria, Alexander Tolstikov, um assessor do empresário russo e o diretor financeiro da sociedade foram detidos na última noite no âmbito da Operação Matrioskas. Foram ainda constituídos arguidos um advogado de Lisboa, a SAD e o clube da cidade do Liz.

Segundo fonte da Polícia Judiciária, citada pela Lusa, “além de Alexander Tolstikov, foram detidos um cidadão moldavo e o diretor financeiro da SAD da União de Leiria”.

Os três homens encontram-se detidos em Leiria, estando previsto que sejam presentes a um primeiro interrogatório judicial na quinta-feira, a partir das 9h30, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.

As detenções ocorreram depois de as autoridades terem realizado buscas à SAD da União de Leiria, do Sporting e Sporting de Braga, numa investigação ligada a negócios envolvendo jogadores de futebol.

Luís Filipe Fonseca, António Limão, Pedro Pessoa - RTP

O principal visado nesta operação é o russo Alexander Tolstikov, empresário e agente de jogadores que assumiu o comando da SAD da União de Leiria em 2015. O grupo russo que detém o clube negociou jogadores com o Benfica, Sporting e Sporting de Braga.
22 buscas
As buscas decorreram na SAD da União de Leiria, nos estádios do Benfica, Sporting e Sporting de Braga e em residências particulares, empresas, veículos, escritórios de contabilidade e um escritório de avocacia. Ao todo estiveram envolvidas na Operação Matrioskas 22 equipas da Polícia Judiciária.

Fonte da PJ revelou à Lusa que as SAD do Benfica, Sporting e Sporting de Braga “não são alvo de investigação, uma vez que esta está centrada na SAD da União de Leiria, devido às negociações com aqueles três clubes”.

As diligências decorreram nas regiões de Leiria, Lisboa e Braga, mediante 22 buscas domiciliárias e não domiciliárias, as quais permitiram, segundo uma nota da Polícia Judiciária, “apreender material com revelante interesse probatório e subsequente constituição de pessoas individuais e coletivas como arguidas”.

A mesma fonte acrescentou que “existem suspeitas de lavagem de dinheiro proveniente de crime organizado na Rússia, com passagem por um país do Báltico, que depois seria investido na SAD da União de Leiria”.

“A investigação desenvolve-se desde 2015, tendo por objeto a presumível prática de crimes de branqueamento, fraude fiscal, falsificação de documentos e associação criminosa por parte de cidadãos nacionais e estrangeiros, correlacionados com a atividade desportiva”, explicou a Polícia Judiciária num comunicado divulgado terça-feira.

Além dos agentes da PJ, participaram nas buscas um magistrado do Ministério Público, um juiz, um representante da Ordem dos Advogados e elementos da Autoridade Tributária.

c/ Lusa
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