Pais e alunos do Colégio São Miguel, em Fátima, reclamam mais uma turma

por Lusa

Pais e alunos do Colégio São Miguel, em Fátima, no distrito de Santarém, protestaram hoje junto ao estabelecimento de ensino, onde reclamaram mais uma turma para o 7.º ano e ameaçaram levar as crianças para a porta do ministério.

Um dos encarregados de educação, Nuno Luís, explicou à agência Lusa que "havia 12 turmas do 7.º ano para Fátima", freguesia onde não há ensino público do 5.º ao 12.º ano, escolaridade que é assegurada por três colégios com contrato de associação.

"O Colégio São Miguel pediu novamente cinco turmas este ano letivo para o 7.º ano, mas outra escola pediu quatro quando teve sempre três", disse Nuno Luís, referindo que "na lista provisória do concurso público" relativo aos contratos de associação eram cinco as turmas do 7.º ano previstas para o colégio.

Já na lista definitiva do Ministério da Educação e Ciência, o Colégio de São Miguel viu diminuída uma turma, adiantou o encarregado de educação que já encomendou os livros para o filho, pagando caução, mas não sabe se este vai poder continuar a frequentar o estabelecimento de ensino

"Desde o 5.º ano que o meu filho está aqui. Neste momento, há 30 alunos que não vão poder ficar e há 150 pais desesperados porque ninguém sabe quais são os que ficam ou quais são os que vão embora", sublinhou.

Segundo este pai, o colégio teve conhecimento da diminuição de uma turma em meados de agosto, mas até terça-feira, quando reuniu com os encarregados de educação a explicar a situação, "procurou até à última revertê-la".

"O colégio informou que não vai fazer a seleção dos alunos que ficam ou que vão embora, mas os serviços do ministério", referiu ainda.

Uma outra mãe, Sara Antunes, de 33 anos, adiantou que face a esta situação, no dia 18, quando deveria iniciar o ano letivo para o filho que transitou para o 7.º ano, se não houver solução, vai para a porta do ministério.

"Ele está aqui desde o 5.º ano e é para ficar até ao 12.º", continuou.

Uma outra encarregada de educação afirmou que a filha "está matriculada há quase dois meses" e que este problema "frusta de repente todas as expectativas que pais e filhos têm", a que se somam "as dificuldades das famílias em se reorganizar".

À agência Lusa, o diretor pedagógico do colégio, Virgílio Mota, remeteu para o ministério a solução que pode acionar uma cláusula que está prevista em portaria para salvaguardar o interesse dos alunos.

Virgílio Mota garantiu que o colégio não tem possibilidades de financiar o funcionamento de uma turma, com um custo anual de 80.500 euros, assinalando que "45% dos alunos do 7.º ano beneficiam de apoios da ação social escolar" e que uma situação dessas iria colocar em causa a sustentabilidade do estabelecimento de ensino.

O presidente da associação de pais, Carlos Fiúza, afirmou à Lusa acreditar que esta situação pode ainda ser alterada.

"O que queríamos é que nos dessem mais uma turma excecionalmente, para que no próximo ano tivéssemos tempo de informar os pais", declarou.

No protesto, alunos gritaram palavras de ordem como "queremos ficar aqui" e "é uma injustiça".

A Lusa enviou um pedido de informação ao ministério, mas não obteve resposta.

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