Utentes de Santiago do Cacém "condenam" ministro por fecho das urgências

Várias comissões de utentes do Concelho de Santiago do Cacém "condenaram" o ministro da Saúde, num "julgamento" fictício, pelo recente anúncio do encerramento do Serviço de Atendimento a Doentes Urgentes da cidade.

Agência LUSA /

O "julgamento" fictício do governante que tutela a pasta da Saúde, Antó nio Correia de Campos, decorreu publicamente, em frente ao edifício do Município , ao longo do dia, numa iniciativa promovida pelas comissões de utentes dos serv iços públicos do Concelho.

"Temos de julgar bem o ministro e por isso condenámo-lo três vezes, de manhã e ao início e final da tarde", sustentou, com uma nota de bom-humor, José Ferro, porta-voz da organização, em declarações à agência Lusa.

Na encenação, os papéis do réu, juiz e advogados de defesa e acusação f oram interpretados por elementos das comissões, protagonistas das cenas de "cond enação" pública de Correia de Campos.

A "pena" atribuída foi, invariavelmente, frisou José Ferro, a exigência da "demissão imediata" do governante, acompanhada de uma "indemnização" aos ute ntes afectados pela falta de médicos no Concelho.

"O ministro foi condenado a demitir-se de imediato e a ressarcir os ute ntes pelos incalculáveis danos decorrentes da falta de cuidados primários de saú de em Santiago do Cacém, o que obriga as pessoas a deslocarem-se a outros sítios para se tratarem", vincou José Ferro.

A "tribuna pública" montada no passeio da principal artéria de Santiago do Cacém atraiu a atenção dos transeuntes que, durante todo o dia, iam parando junto ao local para assistir a alguns momentos da encenação.

"As pessoas mostraram uma receptividade excepcional à iniciativa e part ilham das mesmas ideias que nós, em relação ao encerramento do SADU", congratulo u-se o porta-voz.

As comissões já organizaram outros protestos em torno do anunciado fech o das urgências locais e da falta de médicos nos centros e extensões de Saúde do Concelho, a última das quais a 15 de Dezembro, quando de uma visita de Correia de Campos ao Hospital do Litoral Alentejano (HLA).

No mesmo dia, o ministro confirmou a intenção de encerramento do SADU l ocal, justificando a medida com a disponibilização de mais médicos para as fregu esias.

O argumento, contudo, não é aceite pelos utentes, tendo José Ferro gara ntido que, dessa forma, irá dar-se o "congestionamento" nas urgências do HLA, on de os serviços médicos "são mais caros, 7,50 euros por atendimento, do que nos c entros de saúde, 3,30 euros".

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