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Ministro espera o "milagre" de a esquerda se desentender

por RTP
Calvão da Silva, ao visitar a zona do Algarve atingida pelas cheias Luís Forra, Lusa

O ministro da Administração Interna, Calvão da Silva, quer eleições logo que se desentendam "os partidos de um eventual governo de esquerda". E tem fé em que isso suceda, porque "os milagres por vezes acontecem".

A primeira escolha de Calvão da Silva não é o Governo de Passos e Portas, em que é ministro da Administração Interna - possivelmente com um mandato de poucos dias.O "milagre" da cizânia na esquerda
Na verdade, o ministro admite em entrevista hoje publicada no semanário "Expresso", que a sua preferência seria um governo de Bloco Central: "O que devíamos estar a discutir não era um governo minoritário nem das esquerdas, mas um governo do Bloco Central".

Sobre este ponto, o ministro do governo minoritário não tem dúvidas: é de um governo de Bloco Central "que o país precisa".

Quanto à hipótese de o presidente recusar um governo de António Costa e manter um governo de gestão de Passos Coelho, Calvão da Silva não a considera realista: "Se houver um acordo à esquerda maioritário, estável, consistente e duradouro, não vejo como é que o PR pode recusar".

À pergunta sobre as suas expectativas quanto a uma eventual convocação de eleições pelo próximo presidente da República, o ministro não dá uma resposta incondicional: "O que espero é que quando os partidos de um eventual governo de esquerda se desentenderem, o PR volte a dar a palavra ao povo".

A esperança de Calvão da Silva mantém-se, ainda quando é invocada a hipótese de, afinal, não haver desentendimento: "Os milagres às vezes acontecem".Ricardo Salgado pode não ser "uma pessoa idónea"
A uma outra pergunta, sobre a "atenção" que considerou configurada na doação de 14 milhões que um empreiteiro fez a Ricardo Salgado, o jurista de formação que é Calvão da Silva responde: "Os meus pareceres são feitos em função da aplicação da lei a factos. Não tenho que apreciar esses factos".

Mas admite, em seguida: "Se os outros [factos] que lhe são imputados se vierem a comprovar, significa obviamente que o dr. Ricardo Salgado não é uma pessoa idónea".Ministro de um "Estado laico"
Na entrevista, o ministro responde também a várias questões que lhe são colocadas sobre o modo como lidou com as cheias no Algarve. Quanto à sua declaração de não se poder declarar calamidade pública "por qualquer coisinha", afirma que "hoje basta haver uma palavrinha trocada e estraga-se logo tudo. O importante é que as minhas energias nestes dois dias foram para encontar uma solução".

Quanto às referências religiosas do seu discurso sobre as cheias, comenta agora: "O que eu disse transparenta o que eu sou, uma pessoa genuína, que não tem medo de dizer o que pensa". Mas também acrescenta: "Na certeza de que a laicidade é uma grande conquista, mas o Estado laico não pode impor que a sociedade seja laica".

Enfim, quanto ao apelo que fez à contratação de seguros para casos como esta cheia, afirma que "todos devemos proteger os nossos interesses", acrescentando também: "Mas a solução está encontrada e protege quem não tem seguros".




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