Prémio Especial do Juri no Festival de Cannes para um dos mais célebres filmes de Tarkovski, uma espantosa reflexão filosófica, humanista e metafísica nos confins do cosmos
Os três últimos residentes da estação espacial Solaris têm enviado misteriosas comunicações ao controlo terrestre. Quando o astronauta e psicólogo Kris Kelvin é enviado para investigar o fenómeno, começa a sentir os mesmos sintomas estranhos que afligem os tripulantes da estação, atirando-o para uma viagem até aos mais sombrios recantos do seu consciente.
Solaris, que conquistou o Grande Prémio do Júri, Prémio FIPRESCI no Festival de Cannes, é um dos filmes mais conhecidos do malogrado cineasta soviético, Andrei Tarkovski. Partindo da adaptação de um romance do polaco Stanislaw Lem, um importante autor dos domínios da ficção científica, Solaris acompanha a fabulosa odisseia de um psicólogo num remoto planeta que tem a extraordinária capacidade de materializar memórias e fantasias humanas. A partir daqui, Tarkovski, constrói uma admirável, fascinante e profunda reflexão humanista e filosófica em atmosfera futurista. Um autêntico poema cinematográfico de dimensão metafísica sobre o Homem em confronto com a sua consciência nos limites do cosmos, onde Tarkovski percorre temas marcantes na sua obra como a solidão, a incomunicabilidade e os enigmas da alma e da paixão, servido por um portentoso tratamento visual que muitos consideram ser a resposta soviética ao 2001-Odisseia no Espaço de Kubrick.