Um dos mais célebres e admiráveis musicais do mestre Vincente Minnelli que, a partir da música de Gershwin, criou uma obra deslumbrante de humor, ritmo e imaginação
Jerry Mulligan, um ex-soldado americano, vive em Paris decidido a fazer carreira como pintor. Divide o modesto apartamento com Adam Cook, outro americano, que tenta fazer carreira na música, igualmente sem grande êxito. O seu amigo Henri, o célebre ator do "music-hall", anuncia-lhe que vai casar com a bela e jovem Lise, exatamente a rapariga que Jerry conhece um dia por acaso, numa loja, e por quem se apaixona. O romance não avança da melhor forma e Lise, apesar de estar apaixonada por Jerry, sente-se obrigada a casar com Henri. Este, todavia, ao perceber que ela ama Jerry, liberta-a do compromisso.
"Um Americano em Paris" é um dos mais célebres e admiráveis Musicais de mestre Vincente Minnelli. Realizada na última grande década dos filmes musicais, esta é uma obra marcante na evolução da linguagem e do estilo de um género, que entrava nos seus anos de maturidade. Com Gene Kelly no principal papel, também responsável pela coreografia, ao lado de Leslie Caron e Oscar Levant, produção de Arthur Freed, música de George Gershwin, argumento de Alan Jay Lerner, fotografia de John Alton e Alfred Gilks e direcção artística de Cedric Gibbons e Preston Ames, "Um Americano em Paris", é um Musical dos domínios do universo dos sonhos que parte em primeiro lugar da música. Gershwin serve, ou é servido, pelas espantosas coreografias e bailados de Kelly, do divertido "I Got Rhythm" ao romântico "Our Love Is Here To Stay" passando por toda essa fantástica sequência do sonho através de uma Paris pictórica de forte carga impressionista. Um espantoso exemplo de como a música e o cinema se podem fundir em algo distinto de forma tão portentosa. Depois, para além da música, "Um Americano em Paris", é ainda uma delirante e magnífica evocação pictórica e nostálgica. De Duffy a Toulouse-Lautrec, passando por Renoir, Utrillo, Rousseau ou Van Gogh. A música, o cinema, a dança e a pintura conjugam-se em algo indefinível, que só mestre Minnelli poderia ter criado com tal sentido de puro espectáculo apoteótico.