No último "Por Outro Lado" de 2002, e o último que tem a participação do fotógrafo Alfredo Cunha, Mário Soares fala dos projetos que tem para o futuro e do trabalho que desenvolvia na altura, em especial na Fundação que criou. Afirma que não tem o sentido do transcendente e que tem uma inabalável crença no Homem, nesta conversa em que fala da preocupação com a iminência de uma guerra, de política nacional e internacional, de um percurso de vida que o levou ao mais alto cargo da Nação. Conta episódios deste percurso que teve um momento de viragem em Abril de 1974, aos 49 anos, quando de uma experiência de oposição ao regime do Estado Novo passou para uma atividade pública intensa. "A primeira vez que entrei num Ministério foi como ministro", exemplifica.