Como é que a dança contemporânea pode conviver com os moradores de uma favela? A resposta a esta questão é dada pela coreógrafa brasileira Lia Rodrigues, que recentemente esteve em Portugal a participar num curso de formação de coreógrafos da Fundação Gulbenkian. Formou-se em bailado
clássico na Universidade de São Paulo, Brasil, onde nasceu, e com o pai jornalista percorreu o interior do país. Fascinada pelo trabalho de Pina Bausch, viajou nos anos 80 para a Europa e integrou-se, como bailarina, na companhia de Maguy Marin. Na década seguinte, fixou-se no Rio de Janeiro onde fundou uma companhia que tem o seu nome. Actualmente, a companhia tem residência na Casa da Cultura da Maré, uma gigantesca favela, convivendo com um curso de dança em que se integram moradores de
diferentes idades.