Republicanos, Graças a Deus!

Pode ser-se um grande republicano e, ao mesmo tempo, pedir as bênçãos de Deus? Pelo que a História nos conta, pode... e aconteceu...

Pode ser-se um grande republicano e, ao mesmo tempo, pedir as bênçãos de Deus? Pelo que a História nos conta, pode e aconteceu.
A questão religiosa foi uma bandeira para a Primeira República. Mas as coisas nunca foram tão simples quanto podem parecer: nem todos os republicanos odiavam a Igreja Católica, nem todos os monárquicos eram religiosos acríticos.
Contra o que a propaganda às vezes sugere, a chegada da República não causou uma fuga generalizada de padres, nem fechou as Igrejas por falta de frequentadores. Houve sacerdotes que se mantiveram como tal e serviram a República, até, em cargos políticos, outros que, sendo padres-curas, mantiveram família e filhos, com todo o respeito dos fiéis. Houve aqueles, ainda, que, mesmo antes do 5 de Outubro, já se inclinavam para uma forma de socialismo que só mais tarde vingaria.
O abade Buiça, de Vinhais; João Bonança, de Lagos e o padre Casimiro Rodrigues de Sá, de Paredes de Coura, foram sacerdotes todos, e, a seu modo, foram homens da República.
Em 1910, foram aplicadas algumas leis de banimento contra as ordens religiosas que tinham sido aprovadas durante a Monarquia. Só que cem anos depois, a posse de alguns antigos conventos e edifícios religiosos ainda não está clarificada. É o caso da Igreja de Campolide e do Convento das Dominicanas de Benfica.
Republicanos, Graças a Deus! É um percurso por alguns lugares da Igreja Católica que também são lugares da República e uma visita a algumas personagens que vestiam sotaina mas que, a seu modo, também fizeram a República.

Republicanos, Graças a Deus! É um documentário de Maria Júlia Fernandes, com Imagem de Rui Lima Matos; edição de Imagem, Mário Rui Miranda; Som, António Garcia e Produção, Ana Lucas.