A "LEBRE" QUE BATEU O RECORDE DO MUNDO por Rui Alves

A 31 de Março de 1990, Dionísio Castro, corre em La Flèche, França. É uma corrida que tem como objectivo bater os Recordes Mundiais da hora e dos 20 Km, que se mantinham invencíveis desde 1976.

A organização contrata o gémeo Castro para desempenhar o papel de ‘lebre’.

Uma ‘lebre’ no atletismo, é um atleta que vai para a frente de todos os outros para manter o ritmo da corrida bastante elevado, até que desiste, ajudando, no entanto, os outros corredores que pretendem bater os recordes nas mais variadas distâncias.

“Optei por fazer 10 quilómetros. Depois pediram-me a ver se eu conseguia ir até aos 15 e eu disse que sim. Só depois vi, que tinha forças e que estava muito bem disposto, posso dizer que ia mesmo a brincar com aquilo. Optei por ganhar a corrida e acabei por bater o recorde do mundo”. Dionísio Castro no Domingo Desportivo da RTP.

Seis segundos separam os dois primeiros classificados, Dionísio estabelece o novo recorde mundial dos 20 quilómetros com a marca de 57 minutos e 18 segundos. Um ano depois, e novamente em La Flèche, o recorde do atleta natural de Fermentões, é batido pelo Mexicano Arturo Barrios.

Dionísio Castro, foi atleta do Sporting entre 1985 e 1997 e ajudou o clube leonino a conquistar seis Campeonatos Nacionais e sete Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato.

É, no ano do recorde, que Dionísio consegue a melhor classificação de sempre em grandes competições. No Campeonato da Europa de Split, na Croácia, com a camisola de Portugal, alcança o 4º lugar na corrida dos 5000 metros.

Em 1999, coloca um ponto final na carreira, na sequência de uma lesão depois de representar os brasileiros do Pão de Açúcar.