O GUARDA-REDES MAIS CARO DO MUNDO, por Rui Alves

Ser guarda-redes nem sequer era um dos sonhos quando Vítor Baía era criança, no entanto, o fascínio de ser o número um ganha na hora da decisão.

Inicia-se na Associação Académica de Leça, e quando participava num torneio de futebol salão, onde estava presente um olheiro do FC Porto, defende algumas grandes penalidades no desempate do jogo.

A estatura do jovem não impressiona, contudo, viria a convencer Costa Soares treinador do FC Porto durante décadas e que mais títulos de formação conquistou na história do futebol lusitano.

Mas antes da glória, sombras negras surgem no seu horizonte, sofre com uma tromboflebite no braço direito que o iria afastar da epopeia portuguesa na Arábia Saudita, onde a seleção nacional conquistaria, pela primeira vez, o título mundial de juniores.

Lançado pelo treinador campeão europeu Artur Jorge, Vítor Baia surgiria, pela primeira vez, na defesa da baliza portista no dia 29 de Janeiro de 1989.

As proezas vão muito para além do número de títulos conquistados. É preciso perceber o fenómeno do guardião na sua plenitude.

Na época 1991/92, batido à quarta jornada, seriam precisos 1192 minutos para a baliza portista voltar a sofrer novo golo, na deslocação a Guimarães, Paulo Bento marca... de grande penalidade. Ainda hoje, é o recorde da inviolabilidade para o principal campeonato nacional de futebol.

Com apenas 22 anos já era visto como um fenómeno.

Os números falam por si. São 12 títulos, até despertar o interesse de clubes estrangeiros: cinco campeonatos, duas Taças de Portugal, cinco Supertaças Cândido Oliveira.

Doze troféus erguidos ao serviço da formação portista e que o tornariam no guarda-redes mais caro do mundo, quando o FC Porto chega a acordo com o Barcelona, os catalães pagam 6,5 milhões de euros, verba recorde em 1996.