PORTUGAL QUASE CHEGOU AO OLIMPO, por Rui Alves

Foi a 4 de julho de 2004 que Portugal não teve o desfecho que esperava no Campeonato da Europa que se organizou nesse ano. Para o “Replay” fica a memória de um país com os olhos postos na bola.

O maior evento desportivo jamais realizado em território nacional, o 12ª Europeu de Futebol, resulta do empenho da Federação Portuguesa de Futebol com o apoio inequívoco do governo e da maioria da população portuguesa.

Entre 12 de junho e 4 julho, o Euro movimentou milhões de pessoas, jornalistas, adeptos de futebol, turistas e, acima de tudo, a esperança na conquista de um título de campeão na primeira final em que a equipa das quinas marca presença.

Os portugueses motivados por um brasileiro acreditam na vitória, o treinador campeão do Mundo em 2002 pela seleção canarinha, Luís Felipe Scolari é o responsável técnico da equipa de todos nós.

O primeiro jogo, o amigável frente à Itália em 2003, resulta na derrota da formação lusitana orientada por Scolari, seguiram-se mais 16 jogos, todos de preparação para a maior competição europeia de nações.

E logo de início, a escolha de jogadores ficou marcada pela polémica.

Vítor Baía, guardião campeão nacional por oito vezes até ao início do Torneio, campeão espanhol em 1998 e 1999, vencedor da Taça dos Vencedores das Taças em 1997 e da Taça UEFA em 2003, Campeão Europeu em 2004, é excluído das escolhas do "sargentão", no ano em que o portista é reconhecido pela UEFA como o melhor guarda-redes da Europa.

O treinador privilegia a segurança defensiva e a consistência coletiva, ideias que não encaixam no ‘futebol samba’ brasileiro, no entanto, as suas equipas são muito difíceis de bater.

No ano em que o Porto de Mourinho se sagra campeão europeu, a opção do técnico brasileiro não é justificável pela falta de qualidade dos jogadores, como são o caso de Luís Figo, Rui Costa, Deco, Ricardo Carvalho, Maniche ou de Cristiano Ronaldo...

É verdade que a equipa sofreria poucos golos, embora limite a qualidade de jogo e a possibilidade de marcar. Scolari apenas seria derrotado em cinco dos 41 jogos oficiais, mas a final perdida na Luz, frente à seleção grega, será para sempre lembrada como o dia em que Portugal quase chegou ao Olimpo.