PRIMEIRA VITÓRIA EUROPEIA, por Rui Alves

No dia 29 de Setembro de 1960, dez anos depois de conquistar a Taça Latina, o Benfica em Edimburgo, tem o primeiro sorriso de sempre na Taça dos Campeões Europeus, nos tempos atuais, dá pelo nome de Liga dos Campeões.

Até ao final da década de 50, as presenças portuguesas na principal competição de clubes que se disputa na Europa, não tinham sido muito felizes.

O Sporting apenas consegue um empate na época de 1955-56, a seguir é a vez do FC Porto que viria a registar duas derrotas.

Em 1956/57, o clube da Luz faz a sua estreia, seria eliminado pelo Sevilha. De novo, a representação portuguesa é feita pelo Sporting, com duas vitórias frente ao ADO da Holanda, faz história, mas na ronda seguinte perde os dois jogos com o Standard de Liége.

Na mudança de década, o FC Porto volta à velha sina lusitana e perde os dois jogos, no tempo em que os portugueses resignados vivem felizes com as vitórias morais.

Nas cinco edições da Taça dos Campeões Europeus, somente tinha havido um vencedor: o Real de Madrid de Puskás, Di Stéfano, Santamaria, Gento. Na Europa aguardava-se por uma equipa capaz de desafiar o domínio espanhol e no início da edição de 61, não existiam quaisquer expectativas relativamente ao Benfica.

Frente aos escoceses do Hearts, no jogo da 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, hoje Liga dos Campeões, os encarnados vencem por 2-1.

José Águas que seria o 1º e único capitão benfiquista a levantar a Taça dos Campeões, e José Augusto são os autores dos golos.

Ao ler os jornais da época, destaca-se a enorme exultação com que a primeira vitória de uma equipa portuguesa na ilha britânica foi saudada. No entanto, poucos seriam aqueles que realmente acreditassem que a carreira europeia do clube de Lisboa durasse muito mais...