Angola ainda enfrenta ameaça de extinção da Palanca Negra Gigante

por Lusa

Luanda, 03 ago (Lusa) - Cerca de 240 exemplares da Palanca Negra Gigante são controladas pelas autoridades angolanas e "todas estão ameaçadas de extinção", foi hoje divulgado em Luanda.

A informação foi avançada pelo diretor nacional da Biodiversidade do Ministério do Ambiente de Angola, Nascimento António, quando fazia a apresentação da "Lista Vermelha" das espécies de Angola extintas, ameaçadas de extinção, vulneráveis e invasoras, 150 no total, entre mamíferos, aves, répteis, peixes e plantas.

A lista abrange quatro categorias, nomeadamente de espécies extintas, ameaçadas de extinção, espécies vulneráveis (quando a atividade humana ameaça a sua existência no território nacional) e espécie invasora (quando a espécie não ocorre naturalmente em Angola ou introduzida numa determinada localidade).

Segundo a "Lista Vermelha", o Pinguim do Cabo, o Rinoceronte Preto e a Hiena Castanha são as espécies extintas em Angola, sobretudo devido ao "desequilíbrio ecológico e as alterações climáticas".

Entre as espécies ameaçadas de extinção no país, um total de 30, destaca-se a Palanca Negra Gigante - espécie endémica de Angola -, a Zebra de Montanha, Gorila, Leão, Chimpanzé, Chita, Papagaio Cinzento, Raposa das Areias, todas devido à "caça furtiva" e ainda o Tubarão Tigre e o Tubarão Azul.

"A nossa Palanca Negra Gigante é uma espécie ameaçada de extinção, mas nós temos um projeto da sua redescoberta que está já a ter bons frutos. Temos uma população de 240 animais e devemos lutar para conservá-la", disse o responsável.

Em relação as espécies vulneráveis, "causada pela atividade humana e não só", constam da "Lista Vermelha" lançada oficialmente pelo Ministério do Ambiente angolano, o Carapau, Baleia Azul, Crocodilo, Tartaruga Oliva, Avestruz, Linguado e Mafumeira.

"O Carapau é uma espécie que todos nós gostamos. Devemos controlar esta espécie que todos nós gostamos e este consumo leva-o a ser vulnerável, daí a existência de uma época de veda, porque, se a mesma estiver em extinção, o país vai perder uma base de proteínas", acrescentou Nascimento António.

Entre as espécies invasoras estão Cacusso, Mamoneira, Prosópis, Erva-de-Touro, Cardo Santo, Cana-do-Reino entre outras.

Para a chefe do departamento da Gestão da Biodiversidade do Ministério do Ambiente de Angola, Albertina Nzuzi, a Lista Vermelha, elaborada de acordo a Convenção Internacional sobre o Comércio da Flora e da Fauna Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES), é um "instrumento de alerta" sobre a perda da biodiversidade no país.

"Nas categorias apresentadas é possível levar avante a luta pela conservação e impedir a extinção de várias espécies. É ainda um grande avanço para Angola, em particular para as espécies que precisam de mais atenção", observou.

Albertina Nzuzi, salientou ainda que Angola "está agora em condições" de verificar as espécies e propor a sua inclusão nos anexos da CITES, bem como elaborar estudos e planos de gestão específicos para as espécies em causa.

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