Extinction Rebellion: o movimento que quase parou o mundo em protesto

por RTP
Cartaz da Extinction Rebellion no protesto deste domingo, em Berlim, na Alemanha Reuters - Hannibal Hanschke

De Londres a Sydney, passando ainda pelas principais capitais europeias, centenas de ativistas participaram esta segunda-feira numa manifestação global contra as alterações climáticas. O movimento internacional de desobediência civil, organizado pela Extinction Rebellion, vai decorrer em 60 cidades durante as próximas duas semanas.

“Ao amanhecer, milhares de pessoas por todo o mundo entraram numa nova fase de rebelião contra a inação planetária na emergência climática e ecológica”, pode ler-se num comunicado da organização.

A cada hora que passa, grupos da Rebelião da Extinção em 60 cidades começam a bloquear estradas, pontes e transportes até que as nossas vozes sejam ouvidas”, revelou ainda esse documento.A Rebelião de Extinção, mais conhecida como movimento XR, utiliza a resistência não-violenta e apela à
desobediência civil para exercer pressões sobre os principais governantes mundiais.


Contudo, o início destas duas semanas de desobediência civil, organizadas pela Rebelião de Extinção, foi marcado pela detenção de vários ativistas por todo o mundo.

A polícia metropolitana britânica prendeu esta segunda-feira, pelas 11h30 locais, cerca de 135 manifestantes devido aos protestos considerados excessivos contra as alterações climáticas.

Em Londres, os manifestantes tinham desafiado as ordens da polícia e bloquearam estradas, pontes e praças por toda a zona governamental, perto do Palácio de Buckingham.

Nas ruas de Madrid, centenas de ativistas, principalmente jovens, invadiram a ponte Raimundo Fernández Villaverde, situada no coração da capital, adiantou El País.

Segundo um porta-voz da polícia espanhola, 180 pessoas foram identificadas no local e três acabaram detidas por desobediência e resistência às autoridades.

Por sua vez, na capital francesa, os protestos alongaram-se por várias horas. Neste caso, os manifestantes decidiram fechar-se num centro comercial, em Paris, como forma de protesto.

"Queimem o capitalismo, não a gasolina", podia ler-se num dos vários cartazes afixados nas lojas e restaurantes, descreveu o jornal Al Jazeera.

As vozes da “rebelião” também ecoaram pelas ruas de Amesterdão. Centenas de manifestantes desafiaram a proibição da polícia e bloquearam o centro da capital holandesa.

Já em Berlim, cerca de mil pessoas cercaram a Grande Estrela – praça central do parque Tiergarten onde está situada a Coluna da Vitória – enquanto outros membros da Rebelião montaram um acampamento em frente ao gabinete da chanceler alemã, Angela Merkel.

Dezenas de ativistas, numa das cidades mais poluídas do mundo, também decidiram entrar no protesto e executaram um “die-in” - fingiram estar mortos – numa estrada bastante movimentada, em Nova Delhi.

No entanto, quase do outro lado do planeta, um pequeno grupo de ativistas também decidiu fazer parte dos protestos e trancou-se numa ponte, em Brisbane, ao mesmo tempo que centenas de manifestantes pararam as ruas de Sydney.

O alerta para um apocalipse ambiental iminente foi lançado esta segunda-feira pela Rebelião da Extinção e vai prologar-se pelas próximas duas semanas.

“Não existe um plano [ou planeta] B”, ressalvou a XR. “O momento da verdade chegou”.
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