Mil pequenos mexilhões colocados no Rio Paiva em Castro Daire
Castro Daire, 10 mai (Lusa) -- Mil pequenos mexilhões vão ser colocados no rio Paiva, em Castro Daire, no sábado à tarde, para comparar as taxas de crescimento em meio natural com as de cativeiro, disse hoje à agência Lusa fonte da Quercus.
Segundo Paulo Lucas, da Quercus -- Associação Nacional de Conservação da Natureza, esta será "a primeira das ações de colocação de juvenis de mexilhão-de-rio (espécie margaritifera margaritifera) reproduzidos em cativeiro".
"São mil pequenos mexilhões, cada um com cerca de meio milímetro de dimensão, que serão colocados em marmitas de acrílico, com o objetivo de comparar as taxas de crescimento que ocorrem no meio natural com as obtidas em cativeiro e assim aferir qual o método que permite obter os melhores resultados", explicou.
Esta espécie está a ser reproduzida no Posto Aquícola de Campelo, em Figueiró dos Vinhos, no âmbito do projeto Life+ Ecótono, dinamizado pela Quercus, com o cofinanciamento do programa Life da União Europeia, da Agência Portuguesa do Ambiente e do município de Castro Daire.
O responsável da Quercus referiu que se trata de "um molusco bivalve que na Península Ibérica pode atingir os 70 anos de idade". É "um excelente indicador da qualidade das águas", porque isso só acontece em cursos muito pouco poluídos.
"O Rio Paiva, uma das áreas de intervenção do projeto, possui uma população envelhecida que será agora incrementada no âmbito deste projeto", acrescentou.
Paulo Lucas explicou que a reprodução desta espécie acontece no outono e as larvas, "logo que são expelidas na água, fixam-se nas brânquias dos peixes hospedeiros" (a truta-de-rio) e, durante os sete a dez meses seguintes, dá-se "uma lenta metamorfose".
"No final da primavera, os juvenis abandonam o peixe hospedeiro, deixando-se cair no fundo do curso de água", acrescentou, sublinhando que esta espécie "prefere rios de águas limpas e claras, de correntes não muito fortes, pobres em cálcio, com fundos rochosos/arenosos e pouco lodo".