Autárquicas 2025. Lisboa
A RTP realizou nas últimas semanas um ciclo de debates nas capitais de distrito. Os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lisboa medem forças esta quinta-feira a partir das 22h00.
Alexandra Leitão - Coligação "Viver Lisboa” (PS, Livre, BE, PAN)Quem é?
O acordo de coligação "Viver Lisboa" (inicialmente anunciada como "Lisboa Decidida") foi assinado por Alexandra Leitão pelo PS, Carlos Teixeira pelo Livre, Carolina Serrão pelo BE e António Morgado Valente pelo PAN.
Alexandra Leitão, cabeça de lista da coligação, tem 52 anos e é doutora em Direito. Filiou-se no Partido Socialista em 1995, depois de quatro anos na Juventude Socialista. Foi ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública entre 2019 e 2022 e secretária de Estado Adjunta e da Educação entre 2015 e 2019.
Segundo a socialista, esta "é uma coligação ampla" que traz “soluções práticas rápidas” para Lisboa. A candidatura "quer unir todos aqueles que têm em comum uma ideia de progressismo, de humanismo, e também, sobretudo, uma ideia de melhorar a cidade", explicou Alexandra Leitão.
“Quatro anos depois, a cidade está mais cara, mais desigual e mais degradada”, escreveu a candidata na rede social X, numa crítica ao atual autarca social-democrata Carlos Moedas. “Precisamos de soluções para limpar, cuidar e devolver qualidade de vida a quem aqui vive”.
Lisboa não pode continuar a perder tempo.
— Alexandra Leitão (@Alexandrarfl) August 29, 2025
Quatro anos depois, a cidade está mais cara, mais desigual e mais degradada. Precisamos de soluções para limpar, cuidar e devolver qualidade de vida a quem aqui vive.#ViverLisboa pic.twitter.com/oeOEBVOMy4
Propõe, nesse sentido, lançar a construção de 4.500 casas até 2029, desbloquear operações de renda acessível “travadas por Moedas” e mobilizar terrenos e casas devolutas para que sirvam quem delas precisa.
Pretende ainda restringir o Alojamento Local apenas aos sítios “onde faz sentido”, assim como impor uma moratória a novos hotéis.
Alexandra Leitão comprometeu-se também a requalificar os bairros municipais, onde diz haver "idosos sequestrados em casas no 7.º e no 8.º andar" por terem os elevadores estragados.
Propõe tornar 20 por cento das casas em Lisboa públicas; utilizar terrenos municipais para soluções inovadoras, como casas modulares; regular e fiscalizar o Alojamento Local e rever o Plano Diretor Municipal para “travar a conversão de habitação em turismo e garantir quotas obrigatórias de renda acessível nos novos empreendimentos”.
Defende que o município deve intervir com responsabilidade, assegurando que imóveis com aptidão habitacional não sejam vendidos “ao desbarato” no mercado livre, como medida para proteger residentes vulneráveis.
A mobilidade é outra das prioridades do programa, que prevê a gratuidade do Passe Navegante para todos os lisboetas, “independentemente da sua condição económica”.
A coligação "Viver Lisboa” sugere ainda a expansão dos corredores BUS e o investimento nas infraestruturas de transporte coletivo, de modo a reduzir os tempos de deslocação e descongestionar o trânsito. Quer “trazer o elétrico de volta”, criando corredores próprios para estes veículos.
No capítulo do ambiente, pretende implementar um programa participativo de arborização e renaturalização das ruas da cidade; expandir a rede de estações de carregamento elétrico para veículos individuais; instalar painéis solares em edifícios municipais e implementar redes dedicadas de aproveitamento de água reutilizada proveniente de ETAR.
Na higiene urbana, Alexandra Leitão propõe que a recolha do lixo se faça sete dias por semana, garantindo uma cidade mais limpa e mais segura e contrariando a gestão atual, que diz ser insuficiente.
A saúde também faz parte do programa, que prevê o apoio à contratação de mais profissionais de saúde para os centros de saúde do município, de modo a garantir respostas efetivas à população.
“Avançar com o processo de descentralização de competências na área da saúde” e “recuperar o atraso na construção dos Centros de Saúde de nova geração” são outras das propostas.
Na educação, promete reabilitar as escolas, garantir a gratuitidade de todas as refeições escolares e verificar a necessidade de novos estabelecimentos de ensino, garantindo “maior equidade no acesso”.
A candidata pretende, na área da economia, “modernizar o comércio local” e gerir o turismo de modo a que seja reduzida a pressão sobre os bairros históricos e a que a qualidade de vida dos lisboetas não seja comprometida.
A coligação propõe ainda promover o acesso universal à cultura; reconhecer os profissionais deste setor através de “remunerações justas e proteção social adequada”; e incentivar a participação de crianças e jovens em atividades culturais, promovendo a literacia artística desde cedo.
Carlos Moedas nasceu em Beja e tem 55 anos. É engenheiro civil e possui um Master in Business Administration (MBA) pela Universidade de Harvard. Viveu cinco anos em França, voltando a Portugal em 2004.
Integrou a equipa do PSD que negociou o Orçamento do Estado de 2011, e foi um dos representantes do partido nos encontros com a delegação da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, no âmbito do programa de ajustamento económico e financeiro.
Foi secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro entre 2011 e 2014 e Comissário Europeu para Investigação, Ciência e Inovação entre 2014 e 2019. Em 2021 venceu as eleições autárquicas por Lisboa, tornando-se presidente da Câmara da capital.
É agora o cabeça de lista pela coligação “Por Ti, Lisboa”, que une PSD, CDS e IL. Ao oficializar a candidatura, pediu “humildemente” que os eleitores lhe dessem a vitória, por considerar que lidera “a melhor lista para servir os lisboetas”.
O que promete?
Com a habitação como principal bandeira da candidatura, Carlos Moedas promete construir novos bairros de habitação e parques verdes em Lisboa, ocupando cerca de 250 hectares de cidade em áreas como Vale de Chelas, Quinta do Ferro, Vale de Santo António e Casal do Pinto.
Propõe também implementar a Carta Municipal de Habitação e estabelecer parcerias com o setor privado e social para promover projetos de renda acessível, assim como construir novas residências universitárias em Marvila e Parque das Nações, com cerca de 1.200 camas.
Entre as propostas está também a reabilitação de bairros municipais com o programa “Morar Melhor”, em bairros como Bairro 2 de Maio, Casalinho da Ajuda, Bairro das Olaias, Bairro do Rego, Carlos Botelho, Bom Pastor, Padre Cruz, entre outros.
A coligação “Por Ti, Lisboa” quer ainda reforçar o Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível, para ajudar famílias a pagar renda, assim como manter e reforçar programas como o Arrendamento Apoiado (PAA) e Programa de Renda Acessível (PRA).
Outras medidas passam por promover um regime de exceção para recuperação e conversão de sótãos em espaços de habitação; rever a Carta BIP/ZIP para mais parcerias locais; e agir com tolerância zero face à ocupação ilegal de fogos municipais.
Na mobilidade, a candidatura ambiciona que, até 2030, 100 por cento da frota da Carris seja de emissões zero.
Além disso, quer criar uma extensão dos transportes públicos através dos projetos Metrobus Lisboa-Oeiras e do novo elétrico 16 Lisboa-Loures.
Reforçar os espaços verdes, requalificar parques emblemáticos da cidade e valorizar o espaço público como parte do ambiente urbano para bem-estar são outras das ambições para a capital.
Quanto à gestão da higiene urbana, Carlos Moedas sugere um novo modelo, com melhor limpeza e serviços para os lisboetas, comprometendo-se a ter recolha do lixo indiferenciado seis dias por semana.
Na segurança, propõe um “Plano de Segurança de Lisboa” que inclua mais policiamento, guardas-noturnos e vídeo-proteção. Nesse sentido, vai pressionar o Governo para a contratação de mais 100 polícias municipais e mais 500 agentes da PSP.
Quer ainda entregar 13 novos equipamentos para os cidadãos: quatro creches, seis escolas e três centros de saúde. Nesta última área, sugere ainda campanhas de rastreio gratuito do cancro do pulmão e do cólon.
A sustentabilidade e ambiente são outras das preocupações, com o atual autarca a propor o reforço dos espaços verdes e a requalificação de parques emblemáticos da cidade. “Criação de novos bairros de habitação e parques verdes em Lisboa: mais 250 hectares de cidade” é outra das propostas.
Para impulsionar a economia, quer criar 30.000 empregos em quatro anos através do projeto “Fábrica de Unicórnios”, reduzir as taxas municipais e combater a burocracia excessiva.
A vertente cultural não ficou esquecida, com propostas como o aumento da arte e espetáculos no espaço público; tornar a Baixa Pombalina Património Mundial da UNESCO e Lisboa a Capital Europeia da Arte Contemporânea.
Deputado do Chega desde 2021, Bruno Mascarenhas “tem um percurso profissional e político que evidencia enorme capacidade de trabalho, foco no serviço público e dedicação à causa pública”, destaca o partido.
Tem 53 anos, nasceu em Lisboa e é licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa. Trabalha há quase três décadas na iniciativa privada, exercendo cargos em multinacionais de consultoria, recursos humanos, organização não-governamental e banca.
Há mais de 20 anos que se dedica em especial ao setor imobiliário industrial e logístico.
Já integrou os executivos da Junta de Freguesia dos Prazeres e da Junta de Freguesia da Estrela, assim como da Assembleia de Freguesia da Estrela enquanto vogal.
Tem 46 anos e é licenciado em Biologia. Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, é também vereador na Câmara Municipal de Lisboa desde 2013. Entre 1997 e 2005 foi membro da Assembleia de Freguesia da Ameixoeira.
Foi presidente da direção da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), membro do Senado da Universidade de Lisboa e membro da direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa.
Durante mais de uma década, entre 2009 e 2021, foi deputado do PCP ao Parlamento Europeu. Nesse período foi vice-presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL).
Foi ainda membro da Comissão das Pescas, da Comissão dos Transportes e Turismo, da Comissão de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar, da Comissão dos Assuntos Constitucionais, da Comissão da Indústria, Energia e Investigação e da Comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu.
O que promete?
A CDU assinala, no seu programa, que Lisboa “enfrenta problemas que não nasceram nos últimos quatro anos”, mas ao longo de décadas de governação socialista e social-democrata.
Na habitação, a coligação propõe operacionalizar o Zonamento Inclusivo, garantindo que pelo menos 25 por cento de todas as novas construções em Lisboa sejam destinadas a habitação a renda acessível, para travar a especulação e permitir que mais pessoas possam viver na cidade.
Quer ainda criar habitação municipal nas Zonas de Prioridade Habitacional, com especial atenção às zonas centrais de Lisboa, de forma a fixar população onde há maior pressão imobiliária.
A mobilidade é outro dos pontos do programa da CDU, que quer dar prioridade ao peão e implementar a estratégia “Visão Zero”, criando mais zonas de acalmia de tráfego e espaços públicos sem carros, com o objetivo de eliminar mortes e acidentes graves nas ruas de Lisboa.
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— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 19, 2025
Pretende também reduzir o custo do transporte público, incluindo a descida do Passe Navegante de 40 para 30 euros, a criação de um passe inter-regional totalmente intermodal e uma evolução gradual para a gratuitidade, garantindo o financiamento pelo Estado.
Na rede de metro, o candidato propõe prolongamentos para Ajuda e Belém, a criação de uma estação em Campolide/Amoreiras, a ligação entre Telheiras e Carnide, a extensão à Alta de Lisboa e um estudo da cobertura da rede até Sapadores (freguesia da Penha de França) e Graça (São Vicente).
O clima é também uma prioridade da CDU, que quer garantir que todos os residentes de Lisboa estejam a menos de 300 metros ou dez minutos a pé de um espaço verde, assegurando o acesso à natureza em meio urbano.
Para mitigar a situação das pessoas sem-abrigo na capital, a coligação pretende requalificar os Centros de Acolhimento Temporário e Núcleos de Apoio Local, assegurando alimentação, apoio de saúde física e mental, integração social e acolhimento 24h/7.
Na educação, a CDU defende a reabilitação e modernização da rede de escolas públicas, reforçar os recursos humanos nas escolas e assegurar uma oferta alargada de atividades de tempos livres e programas de apoio às famílias, com preços acessíveis, em todos os períodos de férias escolares.
João Ferreira propõe também reforçar a rede pública de saúde, exigindo mais médicos de família, enfermeiros e profissionais de saúde, garantindo o funcionamento pleno dos centros de saúde, hospitais e rede pública de cuidados continuados.
A economia é outro dos pontos do programa, com a CDU a propor a criação de um Programa Municipal para a Economia de Proximidade que utilize património público devoluto para apoiar micro e pequenas empresas e revitalizar o comércio local.
Na cultura, a Coligação Democrática Unitária quer aumentar o número de bibliotecas em Lisboa, a criação de um Plano Municipal de Leitura e a implementação de um Conselho Municipal de Cultura envolvendo artistas, associações e agentes culturais na definição das políticas culturais da cidade.
Ossanda Líber tem 47 anos e vive em Lisboa desde 2004. Em 2021 foi candidata independente à Câmara Municipal de Lisboa e, no ano seguinte, foi eleita vice-presidente do Partido Aliança, fundado por Pedro Santana Lopes.
Em 2023 avança com a fundação do partido Nova Direita, do qual é líder. “Ossanda é diversidade, multiculturalidade, a voz e a liderança. Ossanda é maternidade e empatia, empreendedorismo e resiliência”, lê-se na nota biográfica no site do partido.
“Ossanda quer resgatar Lisboa das mãos de políticos incompetentes e desleais aos lisboetas”, acrescenta.
O que promete?
A Nova Direita propõe um Programa de Habitação a Custos Controlados, com a construção de 10.000 habitações acessíveis até 2030 para famílias com maior necessidade e 7.000 habitações para jovens e famílias de rendimento médio.
O partido quer ainda identificar e reabilitar mil imóveis municipais devolutos ou degradados, colocando-os no mercado de arrendamento acessível ou em venda controlada, recorrendo a fundos europeus e a incentivos fiscais para privados que façam reabilitação para arrendamento de longa duração.
Para aumentar a segurança na capital, a ND propõe reforçar o policiamento de proximidade, aumentando o número de agentes da Polícia Municipal em cerca de 20 por cento e criando equipas por freguesia para reforçar a ligação às comunidades locais.
Enquanto houver 1 Lisboeta a morar na rua por falta de ajuda, não haverá dinheiro para banquetes inúteis nem paradas ideológicas. As pessoas primeiro. #ossandaliber #autarquicas2025 #ossandapresidente #novadireita #lisboa #semabrigo pic.twitter.com/dWB9Wz5XiF
— Ossanda Liber (@OssandaLiber) September 10, 2025
Outra proposta é a instalação de 500 novas câmaras de videovigilância em locais estratégicos e a utilização de bodycams pelos agentes da Polícia Municipal, assim como programas de prevenção da delinquência juvenil em colaboração com escolas e associações.
Ossanda Líber propõe ainda a construção de 20 novas creches municipais, criando cerca de 2.000 novas vagas, prioritariamente nas freguesias onde a oferta é insuficiente. Além disso, prevê subsidiar mensalidades de creches privadas para famílias de baixos e médios rendimentos, garantindo que nenhuma criança fica sem vaga.
A ND quer aumentar a frequência da recolha do lixo, garantindo recolha diária em zonas mais densas e duas vezes por semana nos bairros residenciais. Prevê também investir em viaturas elétricas para a recolha, contribuindo para a redução de emissões.
No ambiente, o partido defende a criação de corredores verdes que liguem os parques e jardins já existentes e a plantação de novas áreas arborizadas, criando uma rede ecológica urbana.
Para melhor a mobilidade, Ossanda Líber propõe a modernização da frota de transportes públicos e a criação de uma aplicação de mobilidade que permita consultar horários, rotas, localização de paragens e reportar problemas em tempo real.Adelaide Ferreira – ADNQuem é?
Adelaide Ferreira nasceu em 1960 em Minde, Santarém. É cantora e compositora, conhecida principalmente pelo seu êxito de 1986 “Papel Principal”.
Numa nota, o partido ADN revelou que Adelaide Ferreira “partilha integralmente os valores do partido” e está determinada a “devolver Lisboa aos lisboetas e a pôr fim à degradação política, social e identitária da capital”.
“É antiglobalista, defendendo a soberania nacional e a cultura portuguesa contra os interesses das elites internacionais”, e rejeita “firmemente o ‘wokismo’, a censura do politicamente correto e o revisionismo ideológico que ameaça os fundamentos da nossa sociedade”.
CANDIDATURA DE ADELAIDE FERREIRA À CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
— ADN Portugal (@ADN_Portugal) August 3, 2025
Adelaide Ferreira é a cabeça-de-lista pelo partido ADN, à Câmara Municipal de Lisboa, nas eleições autárquicas de 2025.
Nesta mensagem forte e clara, Adelaide Ferreira denuncia as políticas que têm afastado os… pic.twitter.com/bM5nf2ZmIb
O que promete?
O ADN defende a reabilitação estética e funcional dos bairros municipais, assim como a revisão dos regulamentos de acesso à habitação municipal, punindo abusos e vandalismo e exigindo contrapartidas sociais como trabalho voluntário.
Quer ainda apoiar a habitação para jovens e famílias, cedendo terrenos municipais para construção a custos controlados, aumentando o IMI para imóveis devolutos e criando um programa de arrendamento municipal com critérios de rendimento mais inclusivos.
Na área do ambiente, pretende que a frota da Carris passe a ser movida a gás natural comprimido (GNC), reduzindo poluição e custos. Outra proposta é a reflorestação urbana, com plantação de árvores autóctones como sobreiros e carvalhos.
Propõe também transferir o Estabelecimento Prisional de Lisboa para a periferia e aproveitar os terrenos libertados e os do aeroporto para criar o “Bairro do Futuro”, com habitação, um novo hospital universitário, áreas de lazer e infraestruturas desportivas.
A cultura também é uma preocupação do ADN, que sugere disponibilizar espaços públicos e privados para exposições de arte a custos reduzidos. Pretende, por outro lado, o fim do apoio municipal a eventos que considera ideológicos, como o Arraial Pride.
Na mobilidade, propõe a remoção das ciclovias mal planeadas, mantendo apenas as que diz terem utilização real. Defende rampas e calçadas acessíveis, a reformulação de avenidas para melhorar a fluidez do trânsito, a criação de parques de estacionamento gratuitos e dissuasores, o fim gradual dos parquímetros da EMEL e a sua transformação num serviço público de apoio.
O ADN afirma querer garantir igualdade e não discriminação, mas rejeita políticas de identidade de género para menores e financiamento público de associações LGBTQ+.
O partido propõe a criação de creches e jardins-de-infância em todas as freguesias e a alocação de equipas multidisciplinares para alunos com necessidades especiais.
Adelaide Ferreira defende também a expansão da videovigilância em zonas com registo de criminalidade e a criação de uma unidade especializada na Polícia Municipal para escolas, transportes e zonas de diversão noturna, em apoio à PSP.
Pretende igualmente a redução ou isenção de taxas municipais para pequenos comerciantes, o incentivo à reabilitação de lojas históricas e a simplificação das licenças para feiras e comércio de rua.
O Volt Portugal quer ser uma alternativa “europeísta e progressista” aos partidos “da esquerda e da direita” em Lisboa, candidatando José Almeida.
“Trata-se de uma alternativa europeísta e progressista às duas grandes coligações: para quem quer combater a regressão de Carlos Moedas e para quem não esquece o papel do PS durante os anos à frente da autarquia, que em muito contribuiu para a crise da habitação”, referiu o candidato numa nota.
📢 Sabes que a cidade de Lisboa perde oportunidades e dinheiro por causa da inacção da Câmara Municipal? 📢
— Volt Lisboa (@VoltLisboa) September 25, 2025
O José Almeida, candidato do Volt à Câmara Municipal de Lisboa, explica! pic.twitter.com/zqffOBZowD
O que promete?
O Volt propõe um Novo Programa Municipal de Habitação Pública, com um investimento anual de 150 milhões de euros, para construir apartamentos de renda acessível pública. “A Câmara Municipal de Lisboa deve afirmar-se como senhorio de habitação pública e acessível de qualidade”, defende o partido.
Defende também a introdução de quotas de 60 por cento de habitação a preços acessíveis (para arrendamento e venda) aquando do licenciamento de novos projetos.
Outras propostas passam por mobilizar e converter edifícios inutilizados e detidos pela Câmara em habitação a preços acessíveis, agravar o IMI para imóveis devolutos e criar limites temporais ao licenciamento de novas unidades para impedir a retenção especulativa de habitação.
Na área da mobilidade, José Almeida propõe o conceito de “cidade de 15 minutos”, com os passeios livres de obstáculos, largura mínima de 150 centímetros e a velocidade máxima de 30 quilómetros por hora na generalidade da cidade.
Quer ainda criar percursos coesos para peões e ciclistas, expandir as ciclovias e melhorar as condições para peões, reforçando também as faixas BUS e aumentando a frequência do metro, para que nunca seja superior a três minutos em horas de ponta ou cinco minutos fora das horas de ponta.
No capítulo do ambiente surgem propostas como o aumento da cobertura arbórea e espaços verdes; um plano de neutralidade carbónica para Lisboa até 2035, incluindo a descarbonização da frota municipal e maior eficiência energética dos edifícios; ou a gestão sustentável da água e resíduos, apostando na reutilização de águas pluviais.
Para melhorar os cuidados de saúde na capital, o Volt propõe a criação de mais instituições dedicadas à saúde mental, incluindo internamento, e equipas móveis de acompanhamento, bem como centros de dia que apoiem utentes e famílias.
Defende ainda a criação de postos clínicos geridos pelas juntas de freguesia para consultas de medicina geral e especialidades a preços reduzidos, assim como a criação de mais centros de saúde e a reestruturação dos existentes, com reforço de serviços.
O investimento na cultura é outra das prioridades, com o partido a propor um financiamento direto nas companhias de teatro que operam no concelho, com vista a “garantir maior liberdade artística”.
O programa prevê um maior investimento nas bibliotecas municipais, a dinamização desses espaços com eventos comunitários e a recuperação de espaços culturais devolutos para uso comunitário.
No capítulo da economia, José Almeida quer “promover a inovação e o networking europeu” através da criação de um gabinete de ligação europeia, para interligar os negócios e as empresas de Lisboa a empresas de outras cidades europeias, “criando sinergias e novas fontes de receita para estas empresas”.
Tomaz Ponce Dentinho nasceu em Lisboa, tem 66 anos e é mestre em Economia e doutorado e pós-graduado em Economia do Ambiente. É também colaborador da Universidade Ioan Cuza, em Iasi, na Roménia, e presidente da Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores, que fundou em 2013.
Já publicou mais de 100 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais nas áreas da economia regional, economia do ambiente e economia da agricultura.
É vice-presidente da Comissão Política Nacional do PPM e apresenta-se como cabeça de lista à Câmara de Lisboa de uma coligação dos monárquicos com o PTP, denominada Democrática Aliança.
O que promete?
A coligação quer construir mais 8.000 fogos para arrendamento acessível ou cooperativo e mobilizar 1.500 casas devolutas por ano, garantindo que o tempo médio de licenciamento não ultrapasse 60 dias úteis.
Quer ajustar o IMI ao custo dos serviços urbanos da (em vez de ao valor estimado das habitações), taxar terrenos em especulação e eliminar impostos sobre transações imobiliárias, reduzindo custos de transação.
Ainda neste capítulo, propõe mercados municipais de habitação e imobiliário para tornar o encontro entre oferta e procura mais rápido.
Na mobilidade, o PPM / PTP pretende criar ligações verdes entre Parque Eduardo VII, Baixa, Ribeira, Alcântara e Monsanto, assim como corredores azuis com renaturalização de ribeiras e caminhos pedonais.
Apresenta também a meta “Plano de Copa 30-30”: atingir 30 por cento de cobertura de copa arbórea em 2030 nos bairros mais quentes e ruidosos, com seleção de espécies adequadas e manutenção profissionalizada.
Para melhorar a qualidade do ar e reduzir ruído, quer ZER (Zona de Emissões Reduzidas) fiscalizada na Avenida da Liberdade, pavimentos requalificados e barreiras verdes.
Quer sensorizar contentores e usar rotas dinâmicas de recolha, além de implementar a recolha de biorresíduos porta-a-porta em 100 por cento dos bairros densos até 2027, com compostagem local.
Pretende melhorar a integração de migrantes nos bairros e nas escolas através de “competências municipais reforçadas em língua, emprego e mediação”.
Para impulsionar a economia, Tomaz Dentinho propõe que, até 2030, o emprego básico de Lisboa passe de 75.000 para 100.000. Quer também a redução seletiva de taxas municipais e a derrama reduzida por dois anos para empresas que criem emprego qualificado em freguesias periféricas.
Quer lançar o programa Comércio+, com micro-investimento cofinanciado para a “modernização digital, eficiência energética e logística de última milha” dos pequenos comerciantes.
Na cultura, a coligação quer criar uma rede de “Teatros de Bairro” com programação participada e contratos-programa plurianuais orientados a resultados. No desporto, prevê uma centena de parques de fitness de bairro, reabilitação de pavilhões e passaporte desporto para seniores.
Quer o reforço dos rastreios, tele-saúde e saúde mental comunitária em centros municipais, assim como uma articulação entre SNS, privados e IPSS.Luís Mendes - RIRQuem é?
O Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) concorre pela primeira vez à Câmara de Lisboa nestas eleições. O partido tentou dialogar com outras candidaturas, nomeadamente as protagonizadas por Carlos Moedas e Alexandra Leitão, mas ficou sem resposta.
O cabeça de lista é Luís Mendes, também candidato à presidência da junta lisboeta de Marvila. “Esta é quase uma candidatura de protesto”, afirmou o alfacinha de 48 anos, que trabalha na Câmara Municipal de Lisboa há três décadas.
Atualmente é assistente operacional no departamento de higiene urbana e essa é uma das bandeiras da sua candidatura, com o mote “Por uma Lisboa limpa, justa e viva”.
Luís Mendes frisa que a cidade "está suja", com "lixo acumulado nas ruas, mato por cortar nos espaços públicos, passeios degradados e perigosos".
O que promete?
Para melhorar a higiene urbana, o RIR propõe uma nova gestão nesta área, contratando mais assistentes operacionais para reforçar as equipas de limpeza da cidade. Quer ainda adquirir novos veículos e tecnologias de gestão inteligente de resíduos para tornar a recolha mais eficiente.
O partido propõe a construção de 11 mil novas habitações, recorrendo a financiamento público-privado e aos fundos do PRR, para responder à crise habitacional. Defende a requalificação de imóveis municipais devolutos e o reforço da Gebalis com mais meios para manutenção e fiscalização dos bairros.
Cidades cheias de casas vazias e pessoas sem teto. Políticos a fazer de conta. O RIR quer soluções, não desculpas. #ReagirIncluirReciclar#votarir#habitação#reciclarpolítica#rir2025
— Luis Mendes (@luis_rir) April 17, 2025
Quer ainda criar lares para idosos e reforçar os apoios sociais, assim como garantir equidade no acesso à educação, propondo nesse sentido a criação de alojamentos para estudantes e professores deslocados.
No campo da mobilidade, o RIR propõe a criação do Cartão de Estacionamento do Munícipe Lisboeta para dar uma hora gratuita por dia nos parques da EMEL. Quer também o uso gratuito da rede GIRA para residentes e trabalhadores e o reforço da rede ciclável e das carreiras de autocarros “B”. Defende a restrição da circulação de tuk-tuks em zonas sensíveis.
O partido propõe incentivos à contratação de médicos, para suprir a falta de profissionais nos centros de saúde de Lisboa, e campanhas de vacinação e rastreio dirigidas às comunidades imigrantes, em parceria com associações locais. Quer igualmente reforçar o apoio aos toxicodependentes através de programas de reinserção social e acompanhamento médico e psicológico.
Na educação, defende mais investimento no ensino especial de modo a “evitar injustiças como a rejeição de alunos com autismo”. Pretende promover uma escola inclusiva, com recursos humanos e técnicos adequados às necessidades de cada aluno.
O RIR tem a segurança como uma das suas prioridades, propondo reforçar a Polícia Municipal, contratando mais agentes e garantindo melhores meios materiais. Quer instalar câmaras de videovigilância em zonas vulneráveis da cidade e promover uma colaboração estreita com todas as entidades de segurança.
Lisboa em números- População: 575.739 (+5,6% em relação a 2021)
- N.º de eleitores: 463.091
- Rendimento médio mensal: 1.986€
- Habitação por m²: 3.826€ (+22,9% em relação a 2021)
- Ramo de atividade com mais trabalhadores:
- Administrativa e dos serviços de apoio
- Consultoria, científica, técnica e similares
- Comércio a retalho (exceto veículos)
- Pequenas: 139.117
- Médias: 1.300
- Grandes: 381
- Vitórias eleitorais em Autárquicas: PS - 7 / PSD - 6
Ao nível da população, [consideram-se] as estimativas provisórias de população residente – pós-censitárias – revistas em junho de 2024, com variação percentual em relação aos Censos de 2021. O número de eleitores diz respeito a 15 de junho de 2025, conforme consta no Diário da República n.º 115/2025, Série II de 2025-06-17.
Relativamente ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor bruto, em euros, auferido pelos trabalhadores por conta de outrem de cada concelho em 2023. Para efeitos de comparação, a média nacional situava-se em 1.460,8 €, mas apenas seis dos concelhos analisados estão acima deste valor ou com valores aproximados.
Quanto aos ramos de atividade com maior número de trabalhadores, são apresentados os três setores com mais pessoal empregado. Os dados referem-se a 2023, mas refletem a tendência dos últimos anos.
No que respeita às empresas de cada concelho, as pequenas têm até 50 trabalhadores e um volume de negócios até 10 milhões de euros; as médias têm menos de 250 trabalhadores e até 50 milhões de euros; e as grandes contam com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros (dados de 2023).
Incluem-se ainda os dados do desemprego no continente, nomeadamente a percentagem de pessoas inscritas nos centros de emprego (à procura do primeiro emprego ou desempregadas), calculada a partir do valor médio mensal de inscritos em 2024. Nas regiões autónomas, foi apenas possível obter os dados relativos à taxa de desemprego (NUTS II – 2024) no 2.º trimestre de 2025. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,9 %.
Sobre a habitação, os dados apresentam o valor mediano da avaliação bancária por metro quadrado registado em 2024, com a respetiva variação percentual face a 2021, ano das anteriores eleições autárquicas. A referência nacional situa-se em 1.662 €/m² e a variação nacional foi de um aumento de 35 %.
Por fim, são também apresentados os resultados das anteriores eleições autárquicas, realizadas em 26 de setembro de 2021.
Fontes: PORDATA; INE; Secretaria-Geral da Administração Interna; Diário da República; CNE