Segundo o estudo, publicado na revista
Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), a distribuição dos depósitos de gelo é desigual. No pólo sul lunar, a maior parte do gelo está concentrada em crateras. No pólo norte, o gelo é mais disperso e bastante distribuído.
A maior parte de gelo encontra-se em crateras que não recebem luz solar.
As temperaturas na Lua podem chegar a 100ºC durante o dia - o que não fornece as melhores condições para a sobrevivência do gelo na superfície.
No entanto, devido a inclinação muito pequena do eixo de rotação da lua (cerca de 1,54 graus), há lugares nos polos lunares que estão protegidos da exposição a raios solares.
Segundo os cientistas, as zonas polares da Lua que estão permanentemente obscuras criam um ambiente onde os depósitos de gelo de água podem permanecer estáveis por longos períodos.
A equipa de investigadores acredita que “a abundância e distribuição de gelo na Lua é distinta de outros corpos sem ar no sistema solar interno, como Mercúrio e Ceres, que podem estar associados ao processo único de formação e evolução da Lua”.
Absorção da luz infravermelha
O resultado da investigação vem de um instrumento da missão espacial indiana Chandrayaan-1, que explorou a Lua entre 2008 e 2009. O instrumento Mapeador de Mineralogia da Lua (M3), a bordo da nave Chandrayaan, identificou dados específico da existência de água gelada na superfície lunar.
Além de recolher dados que captaram as propriedades reflexivas do gelo, o instrumento da NASA mediu a forma como as moléculas absorvem a luz infravermelha. Desta forma, foi possível diferenciar entre água líquida ou vapor e gelo.
O resultado baseia-se ainda em observações prévias, uma das quais encontrou sinais indiretos de gelo na superfície do pólo sul da Lua. No entanto, isto poderia ter sido explicado por outros fenómenos.
A investigação foi conduzida por cientistas da Universidade de Hawai e Brown em conjunto com o Centro de Investigação Ames da NASA.